Adultos e crianças, a partir de três anos de idade, estão convidados a adentrar em uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença. Artesanal Cia. de Teatro estreou nacionalmente no dia 13 de maio seu mais novo trabalho para o público infantojuvenil: AZUL. A direção é de Henrique Gonçalves e Gustavo Bicalho, que assina também o texto e dramaturgia ao lado de Andrea Batitucci.
O elenco conta com Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira, com narração de Cleiton Rasga. A temporada vai até o dia 6 de agosto, sempre aos sábados e domingos, às 16h, no Teatro III do CCBB Rio de Janeiro. Ingressos a R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia entrada). O espetáculo ainda circulará pelos CCBBs de Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.
A narrativa é transmitida através dos olhos de Violeta, uma menina de quatro anos, que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família. Entre os ciúmes e a aceitação de um irmão tão diferente, Violeta descobre que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos. Afinal, o amor entre os irmãos é maior do que qualquer diferença que possa existir entre eles.
O espetáculo é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, com uso de bonecos e máscaras executados pelo artista visual Dante. A trilha sonora traz marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista, agindo como elemento narrativo da cena, oferecendo ao público um espetáculo lúdico e engraçado, que vai emocionar as pessoas de todas as idades. ”A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Gustavo, que também é responsável pela trilha sonora.
Apesar de não lidar diretamente com a questão do TEA (Transtorno do Espectro Autista), a peça aborda o tema através das percepções de Violeta, que tenta não só compreender o universo do irmão, como busca maneiras de interagir com ele. De forma leve, lírica e bastante incomum, o texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família, que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular. “O primeiro sentimento é o de ciúmes e depois vem a competição, que, pouco a pouco, vão sendo substituídos pela relação de afeto e confiança. Com isso, temos uma história familiar que se desenvolve dentro de uma dinâmica muito parecida com toda e qualquer família, que tem mais de um filho”, diz Henrique Gonçalves.
“Há uma questão na peça que nos é colocada de forma bastante sutil, mas Azul não é o irmão que Violeta esperava ganhar. A família precisa descobrir formas de se comunicar com o menino. Logicamente, o TEA é um espectro muito amplo e não temos como abordar todas as questões relativas a isto. Azul (o irmão) está no espectro autista e tem o seu jeito de ser”, avalia o diretor e autor Gustavo Bicalho.
Para construir o personagem, a Cia contou com a assessoria de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica, sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade. ”A família é parte indissociável da vida, nela construímos afetos, construções, aprendemos comportamentos e partilhamos momentos que irão fazer parte do nosso entendimento sobre nós mesmo enquanto indivíduos e enquanto grupo com o qual nos identificamos”, reflete. “Azul” terá uma sessão de acessibilidade em libras em data ainda a ser confirmada pela produção do espetáculo.
Os atores também têm experiência em aulas para crianças dentro do espectro autista e todo o processo do ensaio traz um momento de conversas e troca de experiências. Segundo a equipe, esta produção está sendo um processo bem rico de aprendizado sobre o tema.
Ficha Técnica:
Texto e Dramaturgia Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho
Elenco Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira
Narração Cleiton Rasga
Direção Artística Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves
Concepção, Criação e Confecção de Bonecos e Máscaras Dante
Direção de Movimento dos Atores e Preparação Corporal Paulo Mazzoni
Direção de Movimento dos Bonecos e Preparação Técnica Máscara Teatral Marise Nogueira
Preparação Vocal Verônica Machado
Figurinos e Adereços Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves
Cenário, Objetos, Adereços de Cena e Baleia Karlla de Luca
Cenotécnico Antônio Ronaldo
Direção de Palco Alexandre Scaldini
Desenho de Luz Rodrigo Belay
Operação de Luz Peder Salles
Trilha Musical Gustavo Bicalho
Desenho de Som Luciano Siqueira
Operação de Som Pedro Quintaes
Projeto Gráfico Dante
Direção de Palco Alexandre Scaldini e Edeilton Medeiros
Programação Visual Dante
Fotografia Christina Amaral e João Julio Mello
Cinematografia Chamon Audiovisual
Assessoria de Imprensa Alexandre Aquino e Cláudia Tisato
Mídias Sociais Tatá Oliveira
RP Evandro Rius
Assistência de Produção Bruno Oliveira e Edeilton Medeiros
Consultoria para Acessibilidade e Inclusão Cris Muñoz
Acessibilidade em Libras Jadson Abraão – JDL Traduções
Produção Marta Paiva
Direção de Produção Henrique Gonçalves
Idealização Artesanal Cia. de Teatro
Realização Centro Cultural Banco do Brasil
Patrocínio Banco do Brasil
SERVIÇO:
Azul
Espetáculo da Artesanal Cia. de Teatro
Temporada: 13 de maio a 6 de agosto de 2023
Sábados e domingos às 16h
Classificação indicativa: Livre (recomendado a partir dos 3 anos)
Duração: 50 minutos
Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro III
Capacidade: 63 lugares
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66
Centro – Rio de Janeiro