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Fronteira estreia no Sesc Pinheiros em agosto

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Duas mulheres, interpretadas por Tathiana Botth e Thaís Rossi, estão em uma zona fronteiriça e vivem um dilema: enquanto uma quer cruzar para o outro lado, a outra controla a passagem das pessoas entre os dois territórios. Esta é a premissa de “Fronteira”, o novo espetáculo da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, que fica em cartaz no auditório do Sesc Pinheiros entre 8 de agosto e 7 de setembro, com sessões de quinta a sábado, às 20h30, e no feriado, às 18h.

Com esta peça, o grupo expande a pesquisa sobre deslocamentos humanos iniciada em “Diásporas”, espetáculo de 2017, com 45 atores em cena, que abordava o tema sob um ponto de vista macro. Agora, a ideia é tratar dessa temática a partir da relação entre apenas duas personagens, investigando os múltiplos significados implícitos no conceito de “fronteira”. “Geralmente, discutimos essa noção sob uma ótica negativa evocada pela geopolítica, como algo que separa as pessoas e limita a sua liberdade de ir e vir. No entanto, também é possível interpretá-la como algo capaz de preservar a diversidade, uma vez que um indivíduo só existe diante da presença do outro. Se eliminássemos completamente as barreiras e diferenças entre as pessoas, correríamos o risco de uma grande padronização de costumes e modos de vida – o aspecto crítico da globalização. De certa maneira, se preservássemos algumas fronteiras, sem limitar a liberdade, os indivíduos manteriam suas identidades e conseguiriam dialogar e fazer trocas genuínas entre si”, comenta o diretor Marcelo Lazzaratto.

A dramaturgia da premiada Carla Kinzo apresenta o cotidiano dessas figuras sem nome, presas a um presente imutável, reforçado por uma burocracia paralisante. Sobreviventes em meio a um território em ruínas, elas precisam uma da outra para ressignificar essa nova realidade, sem deixar ruir a fronteira interpessoal que existe.

A direção, o cenário e a iluminação de Marcelo Lazzaratto contribuem para intensificar a noção de fronteira, que pode ser geográfica, política, psíquica, identitária, material, entre outras. Toda ação acontece em um tablado de 4mx3,5mx10cm, localizado no centro do palco. Somente ali, naquele espaço diminuto, as moças existem. E nesse lugar, questões como a necessidade de afeto, a ficção como possibilidade de sobrevivência e a solidão de um lugar sem identidade descortinam-se lentamente.

SINOPSE

Duas mulheres se encontram em uma fronteira. Uma delas deseja atravessá-la, a outra é responsável por controlar a passagem de pessoas entre os dois territórios. Desta premissa básica, o texto, fixo no espaço, desdobra-se no tempo: os dias passam e, como descobre-se ao longo da peça, há mais nessa relação entre as duas do que se percebe à primeira vista. se vê à primeira vista

FICHA TÉCNICA

Texto: Carla Kinzo
Encenação, Cenário, Trilha Sonora e Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Atuação: Tathiana Botth e Thaís Rossi
Figurino: Marcelo Leão e Thaís Rossi
Costureira: Zulmira Mendes dos Santos
Maquiagem: Tathiana Botth
Operação de Som e Luz: Bruno Garcia
Estagiária: Larissa da Matta
Assessoria de Imprensa: Agência Fática – Bruno Motta e Verônica Domingues
Produção: Anayan Moretto
Realização: Cia. Elevador de Teatro Panorâmico

SERVIÇO FRONTEIRA

Temporada: de 8 de agosto a 7 de setembro, de quinta a sábado, às 20h30, e no feriado, às 18h
Local: Auditório (3º Andar)
Duração: 55 minutos
Classificação: 12 anos
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, São Paulo – SP
Ingresso: R$ 25 (inteira), R$ 12,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante) e R$ 7,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculados no Sesc e dependentes/Credencial Plena)
Os ingressos podem ser comprados neste link a partir do dia 30 de julho: https://www.sescsp.org.br/programacao/199864_FRONTEIRA?m=0
Informações: 3095-9400

Sobre Carla Kinzo

Carla Kinzo é dramaturga, poeta e atriz, formada em Cinema pela ECA/USP e em Letras pela FFLCH/USP. É mestre e doutora em Estudos Comparados pela FFLCH/USP e formada pelo Teatro Escola Célia Helena.

Integrou a 5ª turma do Núcleo de Dramaturgia do SESI-British Council e teve seu texto “52 Hertz” montado em 2014, com direção de Marcelo Lazzaratto. Seu texto “Câmera escura”, escrito em parceria com o dramaturgo Marcos Gomes, foi montado pela Súbita Companhia de Curitiba, sob orientação de Marcio Abreu, em 2015.

Seu texto “A mulher que digita” recebeu menção honrosa no Prêmio Heleny Guariba de Dramaturgia Feminina em 2016. Nesse mesmo ano, a obra foi uma das três selecionadas para a III Mostra de Dramaturgia do CCSP e foi dirigida por Isabel Teixeira, com produção de Anayan Moretto. É dramaturga da peça “Eu sou essa outra”, baseado no livro “Mutações”, de Liv Ullmann, com direção de Vera Egito, que estreou no primeiro semestre de 2018 no Sesc Pinheiros.

Tem publicados os livros de poemas “Matéria” (7Letras, 2012), “Cinematógrafo” (7Letras, 2014), “Eslovênia” (7Letras, 2017) e o infantil “Grão” (Pólen, 2015), além de inúmeras participações em revistas de literatura e coletâneas de texto, como o poema “Fome”, na primeira edição da Quelônio Solto (Ed. Quelônio, 2016).

Recebeu um ProAC de Criação Literária em 2012 para produzir seu primeiro romance, “Autópsia” e mais uma vez, em 2014, para desenvolver o livro de poemas “Satélite” – que será publicado em 2019 pela Ed. Quelônio, com o II Prêmio de Publicação de Livros da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo. Seus textos “52 Hertz” e “Câmera escura” tiveram leitura em Matosinhos, Portugal, no Projeto Salve a Língua Portuguesa.

Como atriz, trabalhou com a Cia. Auto-Retrato e com a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico. Entre seus trabalhos, destacam-se: “Recursos humanos”, texto e direção de Marcos Gomes; “O jardim das cerejeiras”, direção de Marcelo Lazzaratto, com a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico; “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, direção de Marcelo Lazzaratto, com a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico; “Origem Destino”, direção de Andrea Tedesco, com a Cia. Auto-Retrato; “Ruído branco da palavra noite”, direção de Caetano Gotardo, com a Cia. Auto-Retrato; “Querô”, com direção de Marco Antonio Rodrigues.

Sobre Marcelo Lazzaratto

Ator e diretor, formado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA- USP). Professor Doutor em Interpretação Teatral da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2000, cria a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico e assume a função de diretor artístico.

Recentemente, dirigiu espetáculo “Comédias Furiosas”, com Daniel Dottori, Gláucia Libertini, Leonardo Cortez e Maurício de Barros; e reestreou como diretor a peça “Romeu e Julieta 80”, com Renato Borgui, Miriam Mehler e Carolina Fabri. Realiza, entre outros, os espetáculos: “A Ilha Desconhecida”, adaptação da obra de José Saramago, “Loucura”; “A Hora em que Não Sabíamos Nada uns dos Outros”, de Peter Handke; “Amor de Improviso”; “Peça de Elevador”, de Cássio Pires; “Ponto Zero”, a partir da obra de Salinger, Kerouac e Godard; e “Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse”, de Jean-Luc Lagarce, “Do Jeito Que Você Gosta”, de William Shakespeare, “Ifigênia”, de Cássio Pires, “O Jardim das Cerejeiras”, de Anton Tchecov e “Sala dos Professores”, de Leonardo Cortez.

Fora da Cia, o diretor também tem um vasto repertório de espetáculos, como “A Tempestade”, de William Shakespeare, “Ricardo III”, de William Shakespeare, “Cartas Libanesas”, texto de José Eduardo Vendramini, o infantil “O Dragão de Fogo, Maldito Benefício”, de Leonardo Cortez, entre outras. Marcelo pesquisa e desenvolve o sistema improvisacional e pressuposto estético Campo de Visão há 25 anos, tendo publicado o livro “Campo de Visão: exercício e linguagem cênica”, em 2011.

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