O Boom do ‘TALK’ e as Tendências do ‘SHOW’

“BOOM do face to face”.

É o fenômeno que resume a overdose de programas de entrevistas que de uns tempos pra cá tem batido pontonos meios de comunicação de massa (alguns não tão ‘massudos’ assim).
Da TV aberta, (o tradicionalismo cult, às vezes excessivamente sádico no ‘Programa do Jô’ – Globo; os autênticos e ácidos ‘Agora é Tarde’ de Rafinha Bastos – Band e ‘The Noite’ de Danilo Gentili – SBT; o mais temático e conciso ‘Roberto Justus +’ – Record), aos canais não tão fechados comojá foram um dia – tamanha é a quantidade de antenas de TV a cabo que brotam nos telhadosdas humildes residências – (a sempre marcante e contundente – em dose dupla – ‘‘Marília Gabriela Entrevista’ –GNT e “De Frente com Gabi’ – SBT) e chegando à internet (o irreverente‘Na Lata’ com Antônia Fontenelle – Youtube). O cardápio de programas do segmento é diversificado, heterogêneo – em todos os gêneros – e tendencioso em algumas sabatinas.
“Do roll de sofás e poltronas, destaco a presença feminina da Marília Gabriela que sempre sabe perguntar e instigar na hora certa; a Antônia Fontenelle recém-chegada no gênero – mas não menos provocativa – ela revela um lado B pouco ou nunca visto do entrevistado; e a clássica e eterna Leda Nagle, que desde 1994 brinda-nos com o Sem Censura’ – TV Brasil que consegue extrair o melhor de cada um dos seus convidados”.
Preferências à parte, a entrevista – seja ela gravada ou escrita – é um documento vivo que nos permite adentrar os porosdo seu entrevistado (ainda que em alguns casos a epiderme possa vir um tanto que carregada no make up) – anônimo ou famoso – expondo o que muitas vezes não é vendido no seu rótulo de produto midiático.
Nesse ‘gripho’ tecerei meus sinceros comentários sobre duas entrevistas, feitas por estímulos instigadores distintos, ao mesmo fenômeno cultural musical e feminista que atende pelo nome de Valesca Popozuda.
Uma escrita e a outra no HD das polegadas.
No cenário simples, a jornalista considerada por muitos a melhor entrevistadora do país, Marília Gabriela.No sofá da redação da Revista TPM, a atriz, ex-saia justa, escritora e entrevistadora a convite da publicação Maitê Proença.
Após assistir e ler – nessa ordem –percebi certas nuances na estreita relação do de – para, e como essas sutis equalizações de tons tem como objetivo direcionarasrespostas do entrevistado e conseqüentemente decalcar o resultado final da entrevista.
 
Imagem 02
Vi o ‘De Frente com Gabi’ pelo Youtube (link no final do texto).
É necessário lembrar que a entrevista foi feita em 05/02/12, mais de dois anos já se passaram e Valesca não mudou da água pro vinho em essência. Não existe Valesca pré e pós Beijinho no Ombro. A espontaneidade continua, a autenticidade continua, e a naturalidade com que responde as mais inconvenientes – como assumiu a própria Gabi – continuam as mesmas.
Minha análise sobre duas perguntas – desnecessárias – da entrevista:
– Como é que é a cabeça desse menino por ser filho da Valesca Popozuda? Que apareceu na Playboy, que dança dentro de uma gaiola e blá blá blá…
Quando a ‘cabeça’ de uma criança é aberta e educada em casa, essa mesma cabeça dificilmente será enquadrada. (@griphosmeus)
– Mas não tem uma idade para parar de fazer isso (andar nua em casa)?
Ah… Só podemos ficar pelados no nascimento? Até para as traças somos jogados embrulhamos no algodão. (@griphosmeus)
Imagem 03
Na manchete feita pelo Twitter da Revista TPM (@revista_tpm) senti uma leve ‘ironicidade’ no predicado atribuído ao vocativo:

“Valesca Popozuda: a moça que virou feminista involuntária”. 

Fui tirar a provas dos nove da minha pulga, rolei a moviola do mouse…
E fiquei incomodado com algumas perguntas, provavelmente concebidas pela própria Maitê, direcionadas a entrevistada pelo conteúdo ‘ingenuamente’ ambíguo, o falso moralismo de algumas equações rasas e a tão desejada polêmica.

“Tô olhando a tua piroca e tô vendo uma anaconda”

“Minha boceta é o poder/ mulher burra fica pobre”

– O que você canta é o que você pensa?
Todo cantor, seja de funk ou não, só canta sua ideologia? (@griphosmeus)
– Não existe contradição entre o que você faz no palco e suas crenças religiosas?
Como assim? A crença religiosa é firmadapela nossa expressão artística? Funkeira (o) não pode ser católica (o), espírita, do candomblé e vice-versa?
Fé e arte é como água e azeite. ‘Santas Putas!’. Só sei que o mundo está cheio – ambivalência de significados – delas.(@griphosmeus)
– Você tá sugerindo que as mulheres façam isso (se prostituam)?
Cartilha do falso moralismo. Canto uma realidade, logo faço apologia a ela. Retrato uma realidade, logo faço apologia a ela…
Mostrar não é induzir a nada, é permitir que as pessoas tenham consciência do que está ao seu redor. Entrevistar não é comercializar aspas é permitir ao outro lado da moeda mostrar seus próprios pensamentos. (@griphosmeus)
 – Você acha que o que você faz é arte? O que é arte? 
Pra mim é! Mas confesso que gostaria de fazer essa pergunta à entrevistadora…(@griphosmeus)
– Essas pessoas que acontecem (com quem ela se relaciona), quando cabe nessa agenda… Você apresenta pro seu filho? 
A resposta da Valesca frustrou o propósito da desproposita pergunta. (@griphosmeus)
Assistam/Leiam as entrevistas, depois analisem as perguntas e as respostas e formem suas próprias constatações.
Vídeo do ‘De Frente com Gabi’:
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=dDb4QbxEG3A[/youtube]
Link da ‘TPM’
Dias atrás li a notícia de que a Maitê Proença foi eleita ‘A Musa da Copa’ (?) e declarou que “Não precisa de silicone para ser musa”.

“Mas, precisa de imparcialidade e astúcia para entrevistar…

E não precisa de talento para ser atriz. (Infelizmente!)”.

@griphosmeus

Sair da versão mobile