Serial Readers: Grey’s Anatomy e 90210

Atenção! Esse post pode conter spoilers!

Grey’s Anatomy

A vida continua, mas o trauma ainda permanece. Meredith segue escondendo que estava grávida e perdeu o bebê. Karev continua levando no peito (literalmente) a bala que quase tirou sua vida. Miranda segue em frente da melhor maneira que consegue. Já Cristina, algo “quebrou” dentro dela. Mesmo após seu casamento com Owen, ela continua apática e indiferente ao que acontece ao seu redor. E apesar de não estar apta para realizar cirurgias, Owen e Dra. Altman conseguem convencer o psiquiatra a deixar Yang operar. Mas quando dentro da Sala de Operação Dr. Avery derruba no chão os equipamentos, Cristina entra em estado de pânico e cai no chão. A única pessoa que consegue tirá-la desse estado é Meredith, que deita no chão também e conversa com ela. Depois disso, todos percebem que Cristina não é mais a mesma. A forte e destemida cirurgiã deu lugar a uma pessoa frágil e desconfiada, que não consegue nem ao menos colocar os pés em um sala de cirurgia sem sofrer um ataque. Quem acompanha o seriado já tinha se acostumado em ver Meredith como a pessoa “quebrada” da história. No entanto, é Grey quem dá apoio e suporte para a amiga.

Sandra Oh (que interpreta Cristina Yang) está anos luz a frente de seus colegas de elenco, não vamos menosprezar a interpretação Chandra Wilson (que dá vida a Miranda Mailey) que é primorosa. Só que um seriado não vive apenas do charme de Patrick Dempsey (Derek Shepherd), ou da sensualidade de Eric Dane (Makr Sloan), ou do carisma de James Pickens Jr. (Dr. Webber), nem das caras e bocas de Ellen Pompeo (Meredith Grey).

A interpretação superior de Sandra Oh fica bastante clara nos episódios inciais da temporada, quando Cristina entra em pânico na sala de cirurgia (episódio 02), quando vai buscar refúgio na cama de Meredith/Derek no meio da noite (episódio 03) e quando ela decide caminhar de volta para sua vida normal, mas em pequenos passos (episódio 04).

90210

Cada temporada de 90210 vem com um assunto polêmico para (advertir) gerar audiência e criar uma trama dramática. Já houve o vício em drogas, gravidez na adolescência e relacionamento homossexual, tudo com a personagem Adriana. Já teve câncer que acomenteu a mãe de Silver e o transtorno Bipolar da garota. Até a certinha Annie já se envolveu em um atropelamento e matou um cara. Parece que os temas tabus da vez são: estupro, homossexualidade masculina e AIDS. Pena que os temas polêmicos são tratados rapidamente e de maneira tão meteórica que já nem lembramos mais deles no meio e fim da temporada. Mas se no seriado Beverly Hills 90210, em qualquer temporada que se assistesse, sempre tinha alguém viciado/usando drogas ou roubando o namorado de alguém (li isso na revista NYLON), na continuação do programa não seria tão diferente.

A terceira temporada não poderia fugir da regra. Além dos personagens começarem, terminarem e voltarem seus namoros, em apenas um episódio temas mais (densos) tensos são apresentados, mesmo que superficialmente, mas são. AIDS, homossexualidade masculina (já houve um casal feminino na segunda temporada), estupro (vindo do gancho do fim da temporada passada) e doação de óvulos.

Dixon reencontra com a ex-namorada Sasha, que volta a persegui-lo, mas a moça só quer avisar que é HIV positivo. Esse fato deixa o jovem em pânico, que termina com a namorada Ivy, com quem tinha planejado uma noite romântica. Ivy, por sua vez, cai nos braços de Oscar. Mas após fazer o teste, Dixon descobre que não tem o vírus, volta para procurar Ivy, que perdeu a virgindade com Oscar (coisas de 90210).

Já Teddy, em uma noite de bebedeira – que se tornam mais frequentes -, vai para cama com alguém que ele não lembra, apenas para aumentar o mistério, e descobrirmos que foi um aluno da escola chamado Ian. A partir daí, começam as dúvidas e a negação de Teddy em aceitar o ocorrido.

Naomi, que na segunda temporada acusou Mr. Cannon de assédio (e depois desmentiu) acabou sendo molestada por ele, mas agora tem medo de contar para alguém, pois ninguém irá acreditar. Assim, AnnaLynne McCord se destaca dos demais em interpretar uma Naomi perturbada pela lembrança da violência vivida. Alternando comportamentos depressivos com outros extremamente exagerados.

Por último, Annie – que parece ter um encosto e só acontece tragédia na sua vida – consegue um novo emprego, mas começa a desconfiar do comportamento de sua chefe. Contudo, logo o mistério é explicado, pois sua chefe e o marido querem comprar os óvulos de Annie – nos Estados Unidos isso é uma prática legal, assim como barriga de aluguel em troca de dinheiro. Como a família Wilson está passando por dificuldades financeiras, Annie decide aceitar o dinheiro (20 mil dólares, diga-se de passagem) em troca de seus óvulos. Mas logo a situação é tratada como tabu, e deixa claro para o espectador a visão moral de que é feio doar os óvulos em troca de dinheiro.

Sair da versão mobile