A série “Minha Loja de Discos” do canal Bis iniciou sua segunda temporada. Na primeira, a atração se focou nas lojas britânicas, agora as atenções se voltam para as lojas estadunidenses. Concebido e dirigido por Elisa Kriezis e pelo brasileiro Rodrigo Pinto – que juntos estiveram em 12 cidades americanas para traçar o perfil dessas 13 lojas de discos –, o programa reúne depoimentos exclusivos, shows e imagens de arquivo que desvendam a história da Música através das celebradas e charmosas lojas de discos.
O mercado de Música em suporte físico nos EUA hoje ruma ao insignificante, mas existem lojas que se mantêm firmes no propósito de perpetuar a experiência de se ir a um estabelecimento onde se pode descobrir novas tendências, pérolas escondidas, interagir com pessoas também aficionadas e ainda assistir a pocket shows. Venhamos e convenhamos, não há download que substitua a experiência de entrar em um lugar, ouvir o que está sendo tocado no som ambiente, perguntar ao vendedor o que é e levar o disco para casa. Ou trocar aquela ideia com colecionadores, músicos, fãs e ‘musicófilos’ em geral. As lojas de disco se tornaram verdadeiros espaços culturais.
O primeiro episódio foi sobre a Louisiana Music Factory, em Nova Orleans. A Amoeba Records, o assunto do segundo episódio da nova temporada, é talvez a que exemplifique melhor o que é uma loja de discos (só de discos, e não lojas de departamento) hoje não só nos EUA, mas no mundo. As grandes megastores como Virgin e Tower Records fecharam todas as suas unidades em território americano, mas as lojas menores e independentes, visando um público específico parecem não perder a força.
A Amoeba é a loja onde Lemmy Kilmister do Motörhead aparece comprando discos no início do documentário “Lemmy: 49% Motherf**ker, 51% Son of a Bitch”. Trata-se de uma rede com 3 unidades: uma em Berkley, outra em São Francisco e a mais famosa, tema do documentário, em Los Angeles. A Amoeba L.A se localiza exatamente na fronteira da zona leste com a zona oeste da cidade, graças a essa localização, ela atrai o público plural das duas regiões. No documentário, temos uma boa ideia do gigantismo da loja, que conta com 250 funcionários, 300 mil discos à venda e 2 milhões em estoque. E ainda possui uma área reservada a pocket shows de atrações que vão de músicos sem gravadora a astros como Paul McCartney. Segundo o dono da loja, Marc Weinstein, havia pessoas formando fila do lado de fora dias antes da apresentação do ex-beatle. Com tanta oferta e variedade é comum algumas pessoas saírem de lá encantadas por discos de gêneros musicais que até então não conheciam.
“Minha Loja de Disco” parece que irá manter o mesmo padrão de qualidade da temporada anterior. O programa vai ao ar às segundas-feiras às 19 horas no canal Bis, com horários alternativos.
http://vimeo.com/104572938
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