Subestimada pelo grande público, a ótima série “Boss” precisa ser descoberta

O fim da segunda temporada de Boss trouxe muita melancolia aos fãs de boas séries dramáticas. Com sua audiência pífia e num canal emergente (Starz, notadamente conhecida pelas sangrentas e sexuais Spartacus) a sua continuidade é sempre ameaçada. Uma pena, pois a série é uma das melhores coisas que a TV fechada americana já produziu em anos. Sua nuance amoral para retratar a política, sob forte influência Shakespeareana manteve-se intacta e afiada nessa segunda temporada, que só reforçou o poder e a controvérsia de seu protagonista Tom Kane (Kelsey Grammer, vencedor do Emmy de Melhor Ator, ano passado), ainda mais delineada pelo agravamento de sua grave doença.

Esse sensacional trailer dessa temporada dará uma centelha da grandiosidade e do valor da série:

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Em seus azeitados 10 episódios, a segunda temporada primou pelo entrelaçamento de poderes que designam a hierarquia da cidade de Chicago. O roteiro fazia valer as diversas tramoias de interesses entre partidos e os jogos sujos que se estendiam disso. Para nós brasileiros, a série acaba conseguindo uma assimilação perturbadora, principalmente se pensarmos que nossa política é bem mais corrompida que a de lá. Mas o que o roteiro faz aqui é estabelecer que a chaga da desonestidade está diretamente atrelada ás relações de poder e isso move seus personagens. Tudo com um requinte de interpretação exemplar e uma direção tão elegante quanto urgente. Se ainda não conhece, corra atrás (aqui passa no TNT), e sinta-se confrontado com uma realidade que nos é tão próxima quanto cara. Que venha (por favor!) uma esperada terceira temporada.

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