The Good Wife termina mais uma temporada de forma digna e apontando para a perenidade de sua existência na, nem sempre satisfatória seara de séries da TV aberta americana.
Quem acompanha a série, sabe que sua estrutura episódica converge bem com sua trama procedimental, já que entre os dilemas da good wife pós-constrangimento público de ter seu marido envolvido num escândalo de adultério com prostitutas, a dramaturgia se desenvolve de forma sólida ora pelos diversos casos que o escritório de advocacia Lockhart/Gardner apresenta, ora pela relação que a própria estabelece com esse meio.
Nessa terceira temporada, mesmo que a trama central não tenha evoluído para grandes viradas ou desenvolvimentos, o roteiro é sempre muito bem escrito e alinhavado com as complexidades da legislação americana. Aliás, essa é a grande sacada do programa: dramatizar inteligentemente as nuances da lei, o que geralmente rende episódios muito bons.
Julianna Margulies é uma atriz desprovida de glamour e afetações e sua persona desmitificada ajuda a dar credibilidade e verossimilhança à sua protagonista e ainda a tensão sexual (que fora inexplicavelmente esvaziada nesta temporada) com Will Gardner (Josh Charles). E Kalinda, continua a ser uma personagem enigmática tanto na história, como em nossa percepção.
The Good Wife mantém ganchos fortes e firmes para suas próximas temporadas e continua sendo um belo exercício de boa dramaturgia para com seus fãs e curiosos. Fora que, infelizmente, sermos tratados como adultos pela TV aberta de qualquer lugar do mundo hoje, é uma exceção e tanto.
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