Quantas séries policiais existem hoje em dia? Quantas já existiram? Dezenas, centenas? Bom, certamente há um número envolvido nessas perguntas o qual não me atreverei em responder. O fato é que, se vai usar um tema recorrente, é preciso inovar ou ficará estagnado em inúmeros clichês do gênero. Claro, que a HBO, famosa por apresentar ao público séries de grande qualidade não iriam errar e apresentam em “True Detective” um tema meio sinistro, mas que possui um enredo bastante intrigante.
Martin Hart (Woody Harrelson) e Rust Chole (Matthew McConaughey) trabalham juntos a pouco tempo, mas é evidente que não há uma parceria entre os dois. Hart é um homem família, casado e com duas filhas. Já Cohle é distante, solitário, com ideias controversas e problemas do passado. Os dois se vêem com um caso sinistro em mãos, onde o corpo de uma mulher nua e com chifres aparece no meio da paisagem deserta de Louisiana. Em anos de profissão, Hart nunca viu nada parecido, mas Cohle cai de cabeça no caso e afirma que essa não foi a primeira vítima e nem será a última. Hart tenta a todo custo se enturmar com Cohle, convidando-o para jantar em sua casa, mas ele está mais preocupado em desvendar o caso. Os outros detetives não vão nada com a cara dele, isolando-o ainda mais. O caso vai a público e até o governador aparece. Vamos mais a frente no tempo e vemos Hart, já longe do seu trabalho de detetive narrando para outros dois homens os acontecidos naquela época inclusive sobre o seu relacionamento com Cohle. Vemos que em outro momento, Cohle, bastante magro e abatido, está fazendo a exata mesma coisa. Os homens, ambos detetives, questionam os dois sobre coisas do passado, mas sem esclarecer por qual razão estão sendo interrogados. Cohle já desconfia, mas espera até que lhe digam a verdade. Aparentemente aconteceu outro caso semelhante ao que Hart e Cohle trabalharam na década de 90, o que não é possível, pois ele prenderam o culpado.
A grande jogada desta série é a forma como seu criador Nic Pizzolatto resolveu contá-la, alternando as narrativas e as linhas do tempo entre passado e presente, sem dar pistas de como será o próximo passo. A fotografia é simplesmente incrível e os diálogos são ríspidos, bem embasados e com aquela característica típica de moradores do Sul, além de serem cheios de segredos.
As atuações de Harrelson e McConaughey estão ótimas e a dinâmica entre os dois é incrível, talvez pelo fato de que já tenham trabalhado juntos anteriormente, o que acabou ajudando bastante. Graças a essas duas linhas do tempo podemos ver uma outra perspectiva de um personagem, graças a passagem do tempo. Hart, antes um homem bastante focado na carreira, larga tudo e decide abrir sua própria empresa de segurança e também não está mais casado. E Cohle passou de um homem normal, bastante confiante, para alguém esquelético e apático.
Outro ponto interessante em “True Detective” é o foco que está mais voltado para a interação entre os personagens do que com o ocorrido em si. Ao contar a história, o crime, o assassino e tudo mais ficam em segundo plano, pois a questão paira no que aconteceu a esses dois detetives para chegarem aonde chegaram, e o principal: como foi que aconteceu.
O primeiro episódio estreou neste Domingo 12 de Janeiro, juntamente com os Estados Unidos, tendo reprise às segundas, 22h05 no canal a cabo HBO. Estão previstos 8 episódios para essa temporada.
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