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Resenha: As Trevas sob o olhar dos Inocentes!

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Hoje, a White Wolf lançou um de seus jogos mais aguardados do ano: Innocents. A premissa só pode ser melhor representada pelo texto em sua contracapa:

“Monstros não se escondem apenas em florestas remotas, boates, favelas ou nos telhados da cidade. Eles estão em seu bairro, observando-o enquanto você caminha até a escola. Eles o esperam nas matas atrás da sua casa enquanto você e seus amigos constroem um pequeno forte. Eles estão embaixo da sua cama. Adultos aprenderam a viver nesse Mundo das trevas ignorando o sobrenatural, fingindo que ele não está lá e prosseguindo com suas vidas criadas por eles mesmos. Você não possui esse luxo. Você enxerga o mundo a partir dos olhos de uma criança, e isso significa que você ainda não aprendeu a desviar o seu olhar.

Tenha cuidado. A Inocência é algo frágil.”

Pouco foi discutido sobre o livro ainda, no entanto podemos resumi-lo como um novo olhar sobre o WoD. Um olhar inocente. Os jogadores interpretaram crianças que tem a sua imaturidade extirpada pelos horrores do mundo. Uma novidade é que este livro vai contra a política que havia sido utilizada até hoje no sistema Storytelling, a republicação das regras básicas em outros livros. Aparentemente isso foi feito por causa das diversas modificações feitas no sistema para se interpretar uma criança, e também da oportunidade única que esse jogo teria de atrair novos jogadores não familiarizados com o Mundo das Trevas.

A White Wolf já disponibilizou as fichas de Innocents em seu site, inclusive as sensacionais modificações e acréscimos do famoso Mr. Gone. Pelas mesmas, e também pelos playtests já divulgados, podemos observar algumas características que mudaram no sistema. Primeiramente as virtudes e os vícios foram trocados por pequenas falhas ou méritos de personalidade, como exemplo podemos citar alguns: corajoso, calmo, criativo, justo, amigável, covarde, cruel, egoísta, hiper ativo, irresponsável. Os atributos são os mesmos, assim como a sua pontuação, já as habilidades variam com a idade do personagem (e acadêmicos foi trocada por estudo). Existem diversos méritos novos, assim como algumas falhas, todas coerentes com a idéia de se interpretar uma criança. Segundo um dos autores, houveram mudanças também no sistema de combates e de injúrias.

Vale lembrar que não é primeira vez que essa tema é usada para um RPG, há cerca de alguns anos atrás a editora Key 20 (que abandonou o título por causa das controvérsias que o mesmo gerou) publicou um jogo chamado Little Fears. Ele possuía a idéia de se jogar com crianças e explorar os medos que perpetravam nas mesmas, incluindo não apenas o sobrenatural, como o estupro por parentes e outros temas extremamente chocantes. O livro obviamente foi a sensação no mundo do RPG nos anos de 2001 e 2002 (concorrendo ao prêmio Origin de melhor RPG, e ganhando um prêmio próprio pela comunidade da RPGnet como jogo mais controverso/chocante), muito foi falado sobre ele, e o mesmo conseguiu atingir a mídia de massa, ganhando o apoio de diversos psicólogos infantis e sendo considerado de mau-gosto por diversos outros. Vale lembrar que o jogo possuía uma mitologia própria extremamente evocativa, e que nesse quesito, o livro foi imbatível. Os horrores que o livro narrava são usados por diversos jogadores de outros sistemas (como os da White Wolf ou o Call of Cthulhu) até hoje. Outro ponto alto era uma característica chamada crença (belief), quem simbolizava o poder de materializar a criatividade da criança. Como o livro dá o exemplo, nada melhor do que crer que seu pequeno teddy-bear é capaz de crescer de tamanho a protege-lo do bicho-papão em baixo de sua cama. Em um clima que evocava que a salvação da criança estaria em sua própria inocência.

Uma nova edição havia sido prometida para 2007, e se chamaria “Little Fears: Nightmare Editionno entanto, até agora a mesma ainda não foi capaz de sair do rascunho. O próprio autor se explica no site oficial do jogo, os motivos de tal atraso.

Seja como for, você pode esperar duas coisas do Ambrosia, não só uma resenha desse jogo clássico que é o Little Fears, como novas informações sobre a brilhante iniciativa da White Wolf.

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4 Comentários

  • Esse jogo está prometendo a muito tempo.. Acho que é um desafio muito grande interpretar uma criança no mundo de WoD mas, ao mesmo tempo, extremamente divertido.
    Não sabia dessa questão do “poder de materializar a criatividade da criança”, mas foi uma sacada interessante. Ela aparece também no Innocents ou você não sabe ainda?

  • Mto bom!
    Gosto de jogar com criancas… elas tem uma visao deturpada de realidade que permite interpretar todos os fatos de formas originais e, as vezes, chocantes.
    Com relacao a little fears… muito bom a ideia do jogo e concordo com a diana q a sacada foi otima!!!!!

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