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O Curioso Caso de Benjamin Button

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Não vou perder linhas e linhas para falar de O Curioso Caso de Benjamin Button, mas também não basta dizer que vi na produção de David Fincher nenhum traço de brilhantismo e muito menos motivo para ter sido indicado a 13 Oscars.

Ao meu ver Fincher fez O Curioso Caso de Benjamin Button para ganhar premiações e a escolha e Brad Pitt dá apenas mais força para este argumento. Sobre a atuação de Pitt aliás, ela fica bem abaixo de outros trabalhos do ator, como por exemplo Os 12 Macacos. O que se vê no filme é a busca por reconhecimento de Fincher e Pitt, aliada a imensa máquina publicitária do estúdio, incubando nas pessoas a idéia que tanto o filme quando a atuação de Pitts são geniais. Se pelo menos tivessem vendido o filme sendo tão genial quanto a atuação de Pitt não estariam mentindo, pois são como faço questão de repetir trata-se apenas de trabalhos fabricados e enlatados.

Justamente por ser enlatado, o filme peca pela falta de ousadia na história. Qual é? O filme mostra uma situação onde um cara vive ao contrário e isso não provoca no personagem nenhum tipo de conflito? Benjamin Button passa a vida como Forrest Gump, mas ao contrário do personagem de Tom Hanks não há desculpa pela apatia do personagem em relação a sua existência. Fica até impossível não assimilar as semelhanças sabendo que o roteiro foi escrito por Eric Roth, mesmo escritor de Forrest Gump… Mas voltando ao enlatado, percebi que o filme também trata a audiência de maneira estritamente idiota, digo isto não somente pela história do filme ser mastigada quase que em sua totalidade (2h46min), mas também pelo fato do filme pegar certos acontecimentos implícitos e os explicar debilmente. O melhor exemplo disso foi certamente a cena do acidente de Dayse, toda aquela narrativa anterior já tinha deixado claro que a moça havia sido atropelada, mas Fincher insistiu em explicar o raciocínio ao mostrar o acidente.

Mas isso tudo não quer dizer que o filme seja ruim, na verdade O Curioso Caso de Benjamin Button é um ótimo filme para se assistir no cinema sem qualquer pretensão. A narrativa é bonita e o filme só se torna cansativo perto do final, quando novamente enfrentamos a falta de criatividade no desfecho da história.

Felizmente das 13 indicações O Curioso Caso de Benjamin Button só levou 3 prêmios marginais, uma boa resposta a mediucridade apresentada.

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Sal -

on drums

4 Comentários

  • Simplesmente brilhante.

    O filme é bom (acho que ótimo é exagero), arrastado demais e sem nenhum brilho em especial. O maior problema pra mim foi que eu fui esperando assistir uma obra de arte e quebrei a cara feio, ficando ainda com a bunda quadrada de ter que passar tanto tempo sentando no cinema na esperança de que a história tivesse alguma reviravolta fantástica e que opersonagem finalmente tomasse as rédeas da vida.

    A vida de Button é uma sequência de “segura na minha mão e vai” , ele não faz quase nada por vontade própria, são sempre os outros que chegam lá e puxam ele pra fazer alguma coisa, parece que ele vive mais por inércia do que por vontade de realmente aproveitar alguma coisa.

    Enfim, Pitt teve trabalhos soberbos em outros filmes, é uma pena que ele não tenha levado a estatueta neles, mas nesse, ele infelizmente não mereceu mesmo.

  • Eu adoro os atores secundários do filme, que são homenageados pelo seu trabalho no final.
    Pra mim, eles deveriam receber um prêmio especial de melhor elenco. Todos estão ótimos, a mãe negra, o namorado dela, o pai, o capitão artista, a amante nadadora, o pigmeu e o homem dos sete raios.
    Pra mim eles sem duvida valem o filme.

  • Realmente o filme deixa um pouco a desejar, mas o que mais me impressionou nele foi a mensagem a cerca do envelhecimento. Esse fenômeno que intriga muitos devido sua previsibilidade e incontrolabilidade é visto no filme como algo preciso e fundamental para a humanidade. Isto é óbvio, no entanto o mesmo é dado como um empecilho a uma sociedade que valoriza a jovialidade e a utilidade das coisas e das pessoas. Nesse sentido o filme mostra como a vida não teria graça se nascêssemos velhos e morrêssemos bebês, nada faria sentido, nem ter uma profissão, ou construir uma família. Pra quê tudo isso se de nada lembraríamos ou nos gloriaríamos, pois uma criança não tem a memória e a sabedoria dos velhos. Nesse sentido o autor foi brilhante em trazer à tona a valorização de um fenômeno tão temido por muitos: o envelhecimento.

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