Para aqueles familiarizados com o trabalho de Joseph Campbell, o termo Monomito é mais que usual. Para os jovens que não sabem nada (que nem John Snow), Monomito, ou a Jornada do Herói, é um conceito de jornada cíclica presente em grande parte dos mitos criados pela humanidade e ultimamente colocada aos poucos em nossos novos mitos, ou seja, nos personagens de literatura e cinema, onde residem agora os novos contadores de história que deixaram suas fogueiras para adentrar as salas de cinema e livros.
O diretor Dean DeBlois é um apreciador do Monomito e de como foi usado em Star Wars e outras trilogias do cinema. Seguindo esta linha de raciocínio, e como o mesmo já disse em entrevista, este é o “Império Contra Ataca” da saga dos treinadores de Dragão.
Para quem não viu o primeiro, a premissa é bem simples. Soluço (Jay Baruchel) vive em uma aldeia viking que luta contra dragões há anos, seu pai, Estoico (Gerard Butler), é líder desta comunidade e odeia dragões mais do que tudo. Soluço, querendo mostrar para o pai que é digno, acaba por abater um dragão do qual ele fica amigo e chama de Banguela. Juntos eles conseguem mudar a mentalidade da aldeia que começa a treinar dragões. Neste segundo filme, Soluço e Banguela estão voando pelo mundo, mapeando novas ilhas e deixando as responsabilidades da aldeia para trás. Nisso, eles encontram com caçadores de dragões que estão capturando-os para levar a um homem que aparentemente controla dragões e está montando um exército de dragões para si.
Não há porque adentrar este ambiente da história, especialmente porque grandes spoilers podem surgir da análise do filme como um todo, mas fica claro que este é um capítulo mais complexo no universo desta saga e com uma temática de desenvolvimento de responsabilidades e o eterno embate entre adultos e jovens.
Há neste filme o encontro do herói com um novo mentor que será seu guia nesta jornada, há grandes provações e escolhas que repercutirão na vida de Soluço e Banguela e ainda, há a clara mudança naquele herói franzino do primeiro filme para alguém mais firme e convicto, mesmo que para isso ele tenha de tomar um enorme tapa na cara da vida.
O elenco de dubladores tanto original (Jay Baruchel, Gerard Butler, Jonah Hill, Cate Blanchett, Christopher Mintz-Plasse, Djimon Hounsou e Kit Harington) quanto o brasileiro é de primeira linha, fazendo um ótimo trabalho em trazer vida a personagens tão formidáveis e em dados momentos, criando o devido clima, seja as brincadeiras entre os personagens e seus dragões, seja nos mais tristes e pode ter certeza, esse filme não foge dos sentimentos e de algumas duras realidades.
Quando se trata de continuações de franquias de desenho animado, “Como Treinar Seu Dragão 2” com certeza ficará na lista de melhores continuações tanto de animações quanto de longas metragens, deixando-se aqui uma nota de que o filme termina dando a entender que teremos ainda mais e melhores aventuras em um terceiro filme da série, só espero que não se tome um rumo ao pior estilo George Lucas e saia um “O Retorno de Jedi” dessa franquia.
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