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“13 Horas – Os Secretos de Benghazi” e o fator Michael Bay sobre sua contundência

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Lembro bem desse dia: no aniversário de onze anos do ataque terrorista de 11 de setembro, os jornais só noticiavam a tragédia internacional resultante do ataque articulado de militantes islâmicos que invadiram o posto diplomático americano na Líbia, após a queda do ditador Muammar Kaddafi. Tudo foi ganhando contornos dramáticos com a confirmação do óbito do embaixador americano que, encurralado, morreu asfixiado num incêndio provocado pelos locais.

13 Horas – Os Secretos de Benghazi é baseado exatamente nesse fato, relatado no livro-reportagem de Mitchell Zuckoff, que versa sobre seis ex-oficiais norte americanos que atuavam como mercenários, cuja missão era proteger essa base da agência, que atuava de forma secreta no Líbia. A história assustadoramente real já era por demais cinematográfica. E aqui ganhou a visão “espetaculosa” do diretor Michael Bay, conhecido pela histeria e plasticidade excessiva na barulhenta franquia “Transformers” e em filmes como Pearl Harbor.

No que tem de mais contundente – o fato em si, radiografado na tela – 13 Horas é hábil e tenso de se acompanhar. Ficamos encurralados com aqueles soldados (num conjunto de atuações bem sólido, em especial a atuação de John Krasinski, ótima e fora do costumeiro registro cômico), ciente da urgência de sua veracidade. Mas Bay tem uns cacoetes que minam essa urgência. Sejam eles estilísticos (montagem muito clipada, takes banais em slow dramático, metaforização óbvia com bandeira americana…), sejam dramatúrgicos (a manjada estrutura da ausência familiar no típico modelo “american way of life“). Ou seja, o filme fica ali na corda bamba entre sua contundência factual e sua afetação, digamos, artística.

Nas mãos de um diretor mais consciente do discurso implícito, para além da superfície de extremos de seu “fato real”, o resultado seria um filmaço. Sendo até mais complexo que o festejado Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott. Michael Bay não chega a tirar totalmente a força de seu filme, mas deixa que seus maneirismos, às vezes, falem mais alto que a pungência da história que tem em mãos.

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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