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A Morte do Demônio deixa o terror ser eclipsado pela estética kitsh. E só.

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No ano em que O Exorcista completa 40 anos, sigo achando impossível surgir algum filme de terror realmente assustador no cinema contemporâneo. A Morte do Demônio é vendido como um dos filmes mais aterrorizantes dos últimos anos, mas no máximo consegue persuadir alguma tensão nervosa do espectador, muito pela receita Jogos Mortais de um certo sadismo narrativo, que de terror mesmo, como aquele que perturba fragilidades psíquicas. Com a chancela de ser um remake do clássico cult de Sam Raimi, talvez a produção não tenha captado que a áurea trash do passado pode não resistir à revisão do presente.

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Mia (Jane Levy) é uma garota viciada em drogas. Ela é levada pelos amigos Olivia (Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci) para uma cabana isolada na floresta, no intuito de realizarem uma longa cura de desintoxicação. Para a surpresa de todos, o irmão de Mia, David (Shiloh Fernandez), rapaz afastado dos amigos e familiares há tempos, também aparece, junto de sua namorada, Natalie (Elizabeth Blackmore). Entretanto, eles são surpreendidos ao descobrirem que a cabana havia sido invadida, e que o porão parece uma espécie de altar grotesco, repleto de animais mortos. Lá eles encontram um livro antigo, trancado. Atraído, Eric resolve abri-lo e lê-lo em voz alta, sem imaginar as consequências de seus atos. Mia começa a manifestar um comportamento estranho, interpretado no início como sintoma da abstinência. No entanto, aos poucos, todos percebem que uma força demoníaca se apoderou de seu corpo.

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Com sustos pontuais, o filme faz do seu circo sanguinolento um exercício fetichista; e para quem (como eu) consegue racionalizar seus excessos, dá até para dar algumas boas gargalhadas. O diretor uruguaio Fede Alvarez, assim como Andrés Muschietti em Mama, também se notabilizou por um curta popularizado na internet e em seu primeiro longa mainstream opta pela fotografia suja, condensando o universo desejado como elemento dramático da trama. Entretanto, o roteiro pouco ou nada sustenta seus extremos, restando o humor como fuga dramática, algo muito comum nos textos de Diablo Cody (não dá para fazer Juno toda hora, né?!). Daí quando em determinado momento começa a chover sangue numa cena clímax, eu entendi que a seriedade do gênero ficou mesmo perdida lá pelos anos 70…

[xrr rating=2.5/5]

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