Maior sucesso de bilheteria da temporada e endossado por boas críticas mundo afora, o terror Invocação do Mal, vem chamando atenção do público com dois suportes repercussivos infalíveis: a direção do James Wan (que fetichizou e persuadiu com sua franquia Jogos Mortais) e o fato de ser supostamente baseado em casos reais. Com um custo de US$ 20 milhões e arrecadação superior a US$ 130 milhões só nos Estados Unidos, a produção é considerada um sucesso e já vai virar franquia (com uma sequência já anunciada). Wan transforma seu conhecido sadismo no gênero para trabalhar a tensão de forma mais consistente (quase documental) e muito bem filmada, como se construísse a possibilidade do medo – sem histeria tecnológica – com precisão realista.
A trama tem princípio histórico: desde os anos de 1950, o casal Lorraine e Ed Warren percorreu os EUA investigando os mais assombrosos casos paranormais. Autodenominados médium e demonólogo, respectivamente, fundaram um centro de pesquisa, escreveram uma série de livros professando suas crenças e ainda instalaram um museu de artefatos amaldiçoados no quintal de sua casa em Monroe, Connecticut. Vividos por Vera Farmiga e Patrick Wilson (ambos muito bem), o casal é chamado para ajudar Carolyn e Roger Perron (os também ótimos atores Lili Taylor, especialmente aterradora, e Ron Livingston) e suas cinco filhas. A família começou a passar por apuros inexplicáveis ao se mudar para um casarão do século 19, em Rhode Island.
Mesmo lançando mão de artifícios oportunistas, principalmente na redundante primeira parte do longa, o diretor materializa a urgência de suas assombrações de forma tão impressionante e ilustrativamente crível que confesso que, se não cedi ao medo, vi meus nervos descompassarem na descrição da sala escura de cinema. Ou seja, Invocação do Mal é daqueles filmes de Terror que desafiam nosso ceticismo, sem desmerecer a ideia de que o medo se desenvolve pelo cérebro. Recomendo!
[xrr rating=3.5/5]
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