A nova série da Netflix britânica, The Crown, retrata a história da Rainha Elizabeth II, a partir do seu casamento com o Príncipe Philip, ate a resolução do caso da sua irmã, a Princesa Margaret com o plebeu e secretário pessoal de seu pai Peter Townsend.
Como toda produção inglesa de séries ou filmes, o elenco é a sua força principal. Claire Foy interpreta a soberana nessa fase da vida, mostrando em apenas olhares a sua insegurança de ser a líder da nação tão jovem e sem ter sido treinada a vida toda para esse cargo, junto com a tentativa de passar força que todos cobram dela. Uma das cenas que melhor demonstra isso é quando Londres está tendo uma forte neblina que prejudica a vida de todos na cidade e tem que se impor contra o Primeiro-Ministro Winston Churchill, interpretado magistralmente por John Lithgow.
Quando soube que uma figura proeminente como Churchill seria interpretado por um ator americano, tive uma certa preocupação. Na minha cabeça, esse papel seria perfeito para alguém como Anthony Hopkins. Meus medos foram logo dissipados assim que o ator apareceu em tela, demonstrando a fragilidade de uma pessoa que estava próxima dos seus 80 anos, junto com a força de um leão que comandou a Grã-Bretanha durante seu período mais difícil, já não mais me lembrava do ator e só conseguia ver o personagem em si, que tenta se manter no cargo a todo custo e ao mesmo tempo querendo trazer toda sua experiência à jovem monarca.
Já o 11º Doctor Matt Smith interpreta o Príncipe Philip, que tem todos os ressentimentos pelo cargo da esposa, por não poder ter controle de sua vida, desde a perda do seu posto em Malta, quando sua esposa tem que assumir a Coroa, até o nome da sua família ser posta de lado em detrimento do nome da Família Real da Rainha Elizabeth. Ao longo da série, ele demonstra mais rancor com sua esposa e sempre contra as decisões que opõe o trabalho dela com os problemas com toda a família.
Permeiam a trama também o falecido Rei George VI, interpretado por Jared Harris, e que foi visto no cinema interpreatado por Colin Firth no vencedor do Oscar de 2011 “O Discurso do Rei”. Apesar de bom ator, às vezes se equivoca e parece que esquece que seu personagem era um gago notório. A participação do Rei Edward VIII, que renunciou para se casar com uma plebeia, coloca-o como um personagem mesquinho e presunçoso na temporada toda.
The Crown tem todos os predicados do seu gênero, além do ótimo elenco, uma fotografia bela e muito presente, cenários e figurinos impecáveis. Uma série que tem tudo para se crescer mais numa próxima temporada e muito agradável de ser ver.
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