Acabou o mistério! Agora já sabemos quem matou Odete Roitman (Débora Bloch) na versão 2025 de “Vale Tudo”. A autora Manuela Dias prometeu e cumpriu: mudou a identidade do assassino. Assim como em janeiro de 1989, foi no último capítulo que foi revelado quem cometeu o assassinato desta vez, que foi Marco Aurélio (Alexandre Nero), principal suspeito nas duas versões. Na verdade, o corrupto funcionário atirou, mas a empresária forjou sua morte com a ajuda de Freitas (Luis Lobianco), secretário de Marco Aurélio – a personagem, inclusive é mostrada “voltando à vida” no maior estilo “Kill Bill”.
Um mistério que parou o país
Poucos momentos na história da televisão brasileira foram tão intensos quanto o assassinato de Odete Roitman, a vilã icônica interpretada por Beatriz Segall em “Vale Tudo”, novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères exibida em 1988 pela TV Globo. Odete era o símbolo da arrogância e do preconceito social da elite brasileira — uma mulher fria, autoritária e impiedosa, que desprezava a honestidade de Raquel Accioli (Regina Duarte) e idolatrava o sucesso a qualquer custo, personificado em sua filha, Maria de Fátima (Glória Pires).
Na reta final da trama, Odete é assassinada com um tiro no peito, dentro de seu apartamento. O crime abalou todos os personagens e se transformou em uma das maiores campanhas de mistério da teledramaturgia nacional. Por meses, o país inteiro se perguntava: quem matou Odete Roitman? A pergunta ecoava nas ruas, nos bares, nas escolas e até nas rodas políticas. A novela havia ultrapassado a barreira do entretenimento — era um acontecimento cultural.
Durante semanas, o público especulou entre dezenas de suspeitos. Todos tinham motivos: Raquel, humilhada; Heleninha (Renata Sorrah), traumatizada; Marco Aurélio (Reginaldo Faria), o corrupto oportunista; e, claro, Maria de Fátima, a filha ambiciosa que vivia às custas do dinheiro e da influência da mãe.
O mistério só foi revelado no último capítulo, exibido em 6 de janeiro de 1989. Diante de uma audiência recorde — mais de 80% dos televisores ligados —, o Brasil descobriu que Leila (Cássia Kis), esposa de Marco Aurélio, foi quem matou Odete Roitman. Tomada pelo ciúme e pelo ódio, acreditando que estava atirando em Maria de Fátima, Leila acabou assassinando a matriarca por engano.
A revelação causou comoção e entrou para a história da TV. No dia seguinte, jornais estamparam manchetes como “Mistério resolvido!” e “O Brasil parou para saber quem matou Odete Roitman”. O nome da personagem se tornou sinônimo de intriga e mistério — até hoje, “Quem matou Odete Roitman?” é uma frase usada para designar qualquer segredo que mobilize a opinião pública.
Vale Tudo 1988: o Brasil para diante da televisão
Em 1988, a televisão ainda reinava absoluta como o principal veículo de comunicação e entretenimento no país. “Vale Tudo” estreou em maio, em plena redemocratização do Brasil, e rapidamente conquistou o público com seu retrato crítico da corrupção, da desigualdade e da inversão de valores. A morte de Odete Roitman foi exibida em 23 de dezembro, e o mistério tomou conta das ruas. Bolões surgiram em escritórios e famílias discutiam teorias no jantar.
A revelação em 6 janeiro de 1989 foi um evento nacional: o país literalmente parou. Bares lotados, ruas vazias e uma audiência que marcou época. A cena da morte — e o suspense que se seguiu — consolidaram “Vale Tudo” como uma das maiores novelas brasileiras de todos os tempos e transformaram Odete Roitman em uma das vilãs mais memoráveis da história da TV.
“Quem matou Odete Roitman?” deixou de ser apenas uma pergunta sobre uma ficção — virou parte do imaginário coletivo de um país que, por uma noite, se uniu em frente à televisão.








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