A Caixa Cultural São Paulo apresenta, de 12 de janeiro a 31 de março de 2019, a exposição “Rugendas, um cronista viajante”, que exibe obras do pintor, desenhista, ilustrador, aquarelista e litógrafo alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858) que retratam o Brasil no século XIX.
Rugendas foi um dos mais conhecidos artistas viajantes e, ao lado do francês Jean Baptiste Debret, foi responsável pela divulgação das primeiras imagens do Brasil no exterior. Em sua trajetória, retratou o país durante os anos 1820 com toda a exuberância da natureza e os costumes da população. Era como se fosse, dois séculos atrás, um fotógrafo antes da invenção da fotografia.
A exposição “Rugendas, um cronista viajante” apresenta um panorama de sua obra, destacando três núcleos: “Olhar a terra”, com paisagens do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso e Minas Gerais; “Olhar o homem”, na qual apresenta cenas da vida cotidiana da população brasileira, tipos e etnias; e “Plantas da terra”, que traz estudos da fauna e flora brasileira. Para a mostra, foram selecionados trabalhos que contribuem significativamente para o registro do cotidiano e da paisagem brasileira, sendo que suas obras apresentam a visão do europeu sobre o Brasil: uma narrativa que leva em conta os aspectos do habitat natural até os costumes no século XIX. As obras reunidas são parte integrante do conhecido álbum “Viagem pitoresca através do Brasil” (“Voyage Pittoresque dans le Brésil”), considerado um dos mais importantes documentos iconográficos sobre o Brasil do século XIX.
Segundo a curadora Angela Ancora da Luz, a importância de se revisitar as obras de Rugendas se dá pela oportunidade de um encontro com o documentarista, que é um dos principais ilustradores do Novo Mundo no século XIX. “Ele que, possivelmente foi impactado pela natureza exuberante e pela luminosidade de lenta acomodação aos olhos de um europeu, quando participou da Expedição Langsdorff, retorna a partir de suas obras. A exposição objetiva apresentá-las com o olhar de hoje, comprovando que a arte se recria a cada novo olhar, e que, nesta dinâmica, ela terá sempre propostas e observações atuais a nos acrescentar, como as que são apresentadas”, comenta Angela.
Rugendas
Chegou ao Brasil em 1821 como documentarista e desenhista da Expedição Langsdorff, que percorreu 16 mil Km pelo interior do país com objetivo de constituir um inventário completo do Brasil. Capitaneada pelo barão Georg Heinrich von Langsdorff, médico alemão naturalizado russo, e patrocinada pelo Czar Alexandre I, por D. Pedro I e José Bonifácio, a caravana visava estreitar as relações comerciais com a Rússia.
O artista abandonou a expedição em 1824, mas continuou sozinho o registro de tipos, costumes, paisagens, fauna e flora brasileiros. Retornou à Europa no ano seguinte para dedicar-se a produção do luxuoso álbum “Voyage Pittoresque dans le Brésil”, editado em Paris pela Casa Engelmann & Cie entre 1827 e 1835 em francês e alemão. A publicação continha 100 obras acompanhadas por textos explicativos.
Rugendas ainda retornou ao Brasil em 1845 e, no Rio de Janeiro, participou das Exposições Gerais de Belas Artes, realizadas pela Academia Imperial de Belas Artes, tornando-se o artista preferido da família Imperial e realizando retratos de seus integrantes.
SERVIÇO
Exposição: “Rugendas, um cronista viajante”
Local: CAIXA Cultural São Paulo
Endereço: Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo
Abertura: 12 de janeiro de 2019, sábado às 11h (visita guiada com a curadora)
Visitação: 13 de janeiro a 31 de março de 2019
Horário: de terça-feira a domingo, das 9h às 19h
Informações: (11) 3321 4400 | www.caixacultural.com.br
Livre para todos os públicos
Entrada franca
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