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Inspirado no argentino Jorge Luis Borges, solo Quase Infinito estreia no Sesc Pompeia

Com direção de Elcio Nogueira Seixas e dramaturgia e atuação de João Paulo Lorenzon, a peça representa grandes enfrentamentos da condição humana em cinco atos

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O ator e dramaturgo João Paulo Lorenzon e o diretor Elcio Nogueira Seixas se reencontram para montar mais uma peça inspirada no universo do renomado escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). Trata-se do solo Quase Infinito, que estreia no dia 21 de maio no espaço cênico do Sesc Pompeia e fica em cartaz até 7 de junho, com apresentações de terça a sexta-feira, às 20h30. 

A primeira parceria entre os dois criadores aconteceu em 2008, quando eles montaram “Memória do Mundo”, peça fundação de uma amizade lírica animada pelo sopro poético de Borges. A cegueira do gênio argentino guiou a dupla por labirintos da experiência teatral que iluminaram a trajetória de ambos os artistas. 

O espetáculo surgido deste encontro carregava uma torrente de afetos e desafios sensoriais que viriam a tornar-se o veio criativo de Lorenzon, donde brotariam todos os seus inquietantes trabalhos. Ao longo dos últimos 15 anos de amizade, além da admiração mútua, Lorenzon e Seixas não viam a hora de voltar a visitar a obra de Borges. E a oportunidade surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando Lorenzon começou a escrever a dramaturgia de Quase Infinito e convidou o amigo para dirigi-lo em cena novamente. 

Escrita em cinco atos, Quase Infinito nasceu das inquietações vividas pela humanidade – e pelos próprios alunos de teatro de Lorenzon – em meio ao isolamento social e à impiedosa quantidade de vidas perdidas nesse período. A peça representa alguns dos grandes enfrentamentos da condição humana inspirados pelo universo de Borges. 

São eles: os confrontos com a tentação do ódio; com o nada e o esquecimento, como ameaças de esvaziamento de si próprio e do mundo; com a incomunicabilidade; e com as chances de renascimento disponíveis para agarrarmos a cada novo dia. 

Em cada ato humano – e do próprio solo – há um corpo em luta, lançado à busca de realizar a própria existência, e ao mesmo tempo, à beira de se entregar ao gozo da própria miséria. E, sob essa perspectiva, um corpo pode ser condição de partida, mas não garante que existimos. 

A dramaturgia é construída a partir de uma série de situações que revelam esses enfrentamentos. Em um dos atos, um matador corre sobre um trem em movimento, buscando alguém por entre os vagões para derramar seu ódio, como um ser torturado pela máquina de seus desejos, manias e vícios.

Em outro, um palhaço enroscado numa corrente é sugado para dentro do buraco negro do nada, como um Prometeu acorrentado à rocha de seu crânio, e luta contra o esvaecimento do mundo. 

Um prisioneiro acuado em uma jaula tenta fugir dos inúmeros olhos implacáveis que clamam por seu fuzilamento, como um cão arrastado pela coleira de seus medos, como um rato no experimento à espera de um castigo, ou como uma abelha paralisada no âmbar de seu próprio mel.

Um amante está preso na repetição vazia de seu erotismo enquanto é invadido pelo esquecimento, como um escafandrista mergulhado no abismo de suas memorias, um astronauta congelado vagando solto pelo universo. E, por fim, um homem renasce no próprio jardim, a partir de novas angulações, como todos nós, todos os dias. 

Ficha Técnica

Inspirado no universo de Jorge Luis Borges

Direção: Elcio Nogueira Seixas

Dramaturgia e atuação: João Paulo Lorenzon

Cenografia: Márcia Moon

Desenho de luz: Lúcia Chedieck

Composição musical original: Marcelo Pellegrini

Direção de vídeo e Videomapping: André Grynwask e Pri Argoud – Um Cafofo

Direção de movimento: Debora Veneziani

Preparação circense: Kiko Caldas

Preparação corporal: Mayara Sanches

Preparação física: Leandro Marques

Assistência de cenografia e direção de palco: Espirro – Marcio Zunhiga

Operação de som e vídeo: Marcelo Pellegrini/ Dugg Mont

Suporte técnico: Jorge Leal

Direção de produção: Raul Mahfuz

Produção executiva: Martha Lozano

Fotografia e identidade visual: Maurizio Mancioli

Consultoria identidade visual: Lilian Vidigal

Gerenciamento Redes Sociais: Lukas Cordeiro

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação

Sinopse curta

Em cinco atos, Quase Infinito representa grandes enfrentamentos da condição humana inspirados no universo de Jorge Luis Borges: o confronto com a tentação do ódio; o confronto com o nada e o esquecimento, como ameaças de esvaziamento de si próprio e do mundo; o confronto com a incomunicabilidade; e as chances de renascimento disponíveis para agarrarmos, a cada novo dia.

Um corpo pode ser condição de partida, mas não garante que existimos.

Em cada ato humano há um corpo em luta, lançado à busca de realizar a própria existência, e ao mesmo tempo, à beira de se entregar ao gozo da própria miséria.

Serviço

Quase Infinito, de João Paulo Lorenzon

Temporada: 21 de maio a 7 de junho, de terça a sexta-feira, às 20h30. Somente dia 30/05 (feriado de Corpus Christi), o horário será às 17h30. 

Sesc Pompeia – Espaço Cênico – Rua Clélia, 93, Água Branca

Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (estudante), R$ 12 (credencial)

Venda online em sescsp.org.br 

Classificação: 14 anos

Duração: 75 minutos

Capacidade: 40 lugares

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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