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Mostra “Poéticas do Agora” reúne obras de 19 artistas do Rio de Janeiro

Exposição coletiva gratuita "Poéticas do Agora" estará no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), na Cinelândia, entre os 28 de janeiro e 31 de março.

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Em colaboração inédita, o Centro Cultural Justiça Federal – CCJF, o Consulado Geral da França e o Goethe-Institut Rio de Janeiro, no âmbito na cooperação cultural franco-alemã #JuntesnaCultura, uniram suas forças para criar um evento significativo para o circuito das artes visuais: o Edital de Residência Casa Europa, que culminará na Mostra Poéticas do Agora, com abertura marcada para o próximo dia 27 de janeiro, às 15h. A chamada pública recebeu mais de 200 inscrições de artistas visuais atuantes no estado do Rio de Janeiro. Três deles foram contemplados com bolsas de residência: Guilhermina Augusti, Loren Minzú e Tainan Cabral.  Ao longo dos últimos meses de 2023, o grupo desenvolveu projetos inéditos nos ateliês instalados na Casa Europa, prédio que abriga o Consulado da França, o Consulado da Alemanha, entre outras instituições, no Centro. Outros 16 artistas foram selecionados para participar, com os 3 residentes, da mostra que apresentará os resultados do projeto e será realizada nas galerias do CCJF. A exposição, dessa forma, reúne um total de 19 artistas atuantes no estado e que trabalham diferentes aspectos do universo da arte: desde o artista visual indígena Frank Baniwa, alcançando a artista francesa Marie Hego, que reside no Rio e atua como carnavalesca.

POÉTICAS DO AGORA• Mostra Edital Casa Europa apresenta um recorte atual da nova produção visual em desenvolvimento em diferentes áreas do estado, trazendo uma pluralidade de visões e expressões oriundas de diferentes setores sociais que nos constituem. Não tendo a pretensão de abarcar a totalidade das manifestações artísticas contemporâneas da região, esse recorte, entretanto, contempla aspectos novos da produção de arte que surgem e se desenvolvem em diferentes setores socioculturais: artistas que se dedicam a questões intrínsecas às favelas e periferias sociais, outros às questões de gênero, outros ainda a questões formais relativas ao universo da arte, discutindo linguagem e forma.

A mostra configura-se assim como um conjunto experimental, novo e contundente das imersões artísticas da atualidade. Reunindo diferentes linguagens, que vão dos procedimentos tradicionais, como a pintura, às práticas contemporâneas da vídeo-arte e instalação, a mostra proporciona ao visitante um panorama do pensamento estético contemporâneo, bem como das questões sociais, políticas e culturais do Brasil atual, em particular do estado do Rio de Janeiro, onde esses artistas residem e atuam.

A mostra permanecerá aberta para visitação até 31 de março, das 11h às 19h. A entrada é gratuita.

As obras

“Plantas do Baile” é uma série iniciada e aprofundada pelo artista Tainan Cabral ao longo da residência. Materiais como 10 mil bicos de lança-perfume — usualmente conhecidos como “bico verde” —, dispostos em corrente, simulam a queda das folhas de plantas trepadeiras e, em outros casos, com auxílio de hastes de sustentação, reproduzem a folhagem mais densa de palmeiras. A obra apresentada ilustra uma ideia de ambiente do baile. O título “selva do baile/baile da selva” é uma referência à natureza que inspira o trabalho do autor e, ao mesmo tempo, o nome de uma favela de Senador Camará, Zona Oeste do Rio, onde acontece um baile que é rodeado de montanhas e de natureza.

Já “Cenas de Corpo e Segredo” é uma série de videoarte iniciada por Loren Minzú no ano de 2020, com uma trilogia que inaugurou uma extensa pesquisa acerca das negociações entre a linguagem, as identidades e a instância do mistério que permeia a totalidade da vida universal. O artista apresentará duas novas cenas de um trabalho que tem a escala da urbanidade enquanto questão. As cenas V e VII expandem e adensam o pensamento da relacionabilidade dentro da arquitetura da cidade do Rio de Janeiro, evocando novas comunidades e articulações.

Em “Osram Ne Nsoromma”, Guilhermina Augusti parte da signografia Adinkra para desestruturar o arsenal da violência que se construiu historicamente, principalmente em relação às pessoas negras e/ou transexuais. Dessa reflexão surge o desejo de pensar certos signos, baseados em outra ontologia — ramo da filosofia que estuda conceitos como existência, ser, devir e realidade —, capazes de criar novas formas de interação com o mundo humano e o não-humano. Essas questões são produzidas em plataforma de serigrafia, bandeira e escrita.

Minibios

Guilhermina Augusti

Estudante de Filosofia e artista plástica, desenvolve trabalhos que discutem questões do “corpo” sob a perspectiva crítica da “diferença”, integrados ao universo filosófico e estético Adinkra, signos afro-brasileiros, geometrizações, hibridismos, recontextualizações históricas e fabulações em busca da eclosão da racialidade. Seu trabalho é traduzido em serigrafias, bandeiras e escrita. 

Loren Minzú

Loren, transmaculino, nasceu em São Gonçalo e vive e trabalha entre a cidade e o Rio de Janeiro. Em sua prática, investiga a produção de imagens ligadas a noções temporais, espaciais e corporais, com base em ficções acerca dos sistemas perceptivos e comunicativos em relações interespecíficas. Interessado no processo fenomenológico que compõe o mundo visível e o sensível, o artista observa e joga com a luminosidade e a escuridão que emanam de corpos terráqueos e cósmicos, para compor cenas audiovisuais, instalações e esculturas com vegetais, minerais, elementos matéricos e artefatos.

Tainan Cabral

Nascido em 1990, em Senador Camará, onde vive e trabalha, tem na cultura popular da comunidade a sua fonte de inspiração. Em sua prática artística, explora diferentes técnicas e materiais, experimentando com as cores e com as formas orgânicas que encontra na rua e na arquitetura da periferia. Esse percurso empírico se materializa em desenhos, pinturas, objetos escultóricos (como as barricadas instaladas em comunidades) e intervenções urbanas que apontam para uma realidade onírica e mágica, em que reina não só o vigor óptico, mas também o silêncio e o acalanto, em meio ao caos civil das aglomerações e dos conflitos cotidianos. 

Juntes na Cultura

A França e a Alemanha estão ligadas por uma história comum e uma amizade que reflete na Europa e no mundo. No Rio de Janeiro, a parceria se intensificou ao longo dos últimos anos em ações culturais, realizadas conjuntamente pelo Goethe-Institut Rio de Janeiro e pelo Serviço de Cooperação e Ação Cultural do Consulado Geral da França no Rio, em parceria com vários atores e instituições brasileiras dentro de iniciativas nacionais e internacionais.

A motivação do movimento “Juntes na Cultura” é unir forças, aprender, criar conexões e, assim, representar e aprofundar a amizade entre povos. São promovidos projetos e coproduções, programas de residências, formações, viagens de pesquisa e seminários, possibilitando encontros interculturais e o trabalho em rede nas mais diversas esferas culturais. Além disso, é valorizada a busca de paz e sustentabilidade, a diversidade produtiva e o diálogo democrático.

Artistas Contemplados com Bolsa de Residência: Guilhermina Augusti, Loren Minzú e Tainan Cabral.

Artistas Participantes da Exposição: Alberto Pereira, Anderson Felipe, Bianca Madruga, Bruno Lyfe, Bruno Magliari, Frank Baniwa, Guilhermina Augusti, Jonas Esteves, Jônatas Moreira, Loren Minzú, Luanda, Marie Hego, Rafael Amorim, Regina Pessoa, Sara Mosli, Saulo Martins, Taf, Tainan Cabral e Vinícius Carvas.

Curadores da Bolsa de Residência: Evandro Salles, Cesar Oiticica Filho e Sinara Rubia.

Curador da Exposição: Evandro Salles

Realização: Centro Cultural Justiça Federal • CCJF, Goethe-Institut Rio de Janeiro, Serviço de Cooperação e Ação Cultural do Consulado Geral da França no Rio de Janeiro.

Exposição: de 28 de janeiro a 31 de março de 2024 • ter a dom de 11h às 19h

Centro Cultural Justiça Federal: 

Endereço: Avenida Rio Branco 241, Centro – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: 55 21 3261-2550

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