Tem sido difícil encontrar bons filmes de Terror de uns tempos para cá. Todos parecem cair na mesma malha fina e acabar na mesmice. Se não são estupidamente sanguinolentos, abusando de mortes absurdas, deixam a desejar no quesito tensão, roteiro e maquiagem. Claro, com raras exceções. Passou a ser um teste de resistência conseguir ver alguns até o final só para adivinhar a ordem de quem vai morrer, por exemplo (meu caso). Outros, conseguem se salvar e não decepcionar como em “Invocação do Mal”.
O casal Carolyn (Lili Taylor) e Roger (Ron Livingston) acabaram de se mudar com as cinco filhas para uma linda casa no interior. As crianças parecem ter adorado a casa e tudo seguia seu caminho até que estranhos acontecimentos começaram. Uma noite, Christine (Joey King) acorda porque sentiu que alguém puxou seu pé. Ela grita desesperada pois tem certeza de que havia mais alguém no quarto além dela e de sua irmã Nancy (Hayley McFarland). Seus pais acham esquisito, mas acreditam ser só um pesadelo. Todo dia de manhã, Carolyn nota que estão aparecendo vários hematomas pelo seu corpo mas pensa se tratar de uma anemia. A mais nova, April (Kyla Deaver) encontrou uma antiga caixa de música que afirma ser de um menino que vive ali. Aos poucos, acontecimentos que não podem ser explicados passam a ser constantes com a família Perron. É então que Carolyn decide ir atrás do casal Warren, famosos por lidarem com o sobrenatural. Ela os convence a ir até a sua casa, onde Lorraine (Vera Farmiga) fica incomodada só de entrar e tem um pequeno vislumbre do que de fato aconteceu ali. Ela e seu marido Ed (Patrick Wilson) sentam à mesa com os Perron e pedem que eles descrevam tudo o que tem ocorrido. Eles querem fugir, vender a casa, mas Ed garante que não importa para onde eles forem, o espírito demoníaco os seguirá. Só resta ao casal Warden usar de toda a sua força para livrar a família deste mal enorme que os está consumindo e colocando suas vidas em risco.
Além da tensão, a base de um bom filme de Terror é a trama. Não importa o quanto você invista em efeitos especiais e maquiagem. Se o roteiro for fraco, nada valerá a pena. E, aqui, os roteiristas Chad e Carey Hayes acertaram em cheio. A história foi extraída de um dos muitos diários do casal de paranormais Warren, famosos na década de 60 e 70, que alegaram ter sido este um dos piores casos que eles haviam visto. O Diretor James Wan soube controlar todos os elementos para que este filme fizesse jus a um gênero já desgastado. Primeiro ele escolheu um elenco de excelentes atores, veteranos, mas que raramente trabalham com esse tipo de filme. O que é bom pois assim eles estão mais dispostos a se arriscar. Segundo, ele colocou crianças, o que cria uma tensão ainda maior pois deixa o espectador aflito e preocupado. E, terceiro, talvez o mais importante, ele não exagerou. “Invocação do Mal” tem a medida certa de tudo, desde sustos a momentos de descontração. O intuito aqui, como em qualquer filme, é a trama, deixando os efeitos, maquiagem, como suporte que ajudam a contar a história. E saber que tudo é baseado em um fato real, dá um pouco mais de crédito ao filme.
“Invocação do Mal” sem dúvida restaurou minha fé no gênero e mostrou que dá sim, para fazer um bom Terror sem exagerar no amido de milho.
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