Paulo Sérgio Fabrino Ribeiro, empresário fundador da Innovarework, Artista Plástico, incentivador da cena teatral nacional. É um dos maiores colecionadores do país possuindo mais de 400 obras em seu acervo, entre elas nomes como; Portinari, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e muitos outros.
Entretanto, seu “xodó”, em absoluto, são as obras de Odilla Mestriner que ocupam a sala de entrada do apartamento onde mora, em São Paulo. Em entrevista, Paulo diz: “A gente mostra primeiro a rainha! A única artista brasileira com sete bienais!“
O apartamento onde Paulo vive, em São Paulo, quase se confunde com uma galeria. São 420 obras ao todo. Os quartos, transformados em sala para a exposição das obras, se dividem entre artistas, neste formato. Na primeira sala, está Odilla, em outra, estão mais nomes do Modernismo em Ribeirão Preto, como Bassano Vaccarini e Amêndola. Numa terceira, grandes nomes do Modernismo/Expressionismo brasileiro: Tarsila, Portinari, entre outros…
Entre as 420 obras da coleção que Paulo guarda, em parceria com o amigo e também colecionador Rogério Ruiz, hão 175 só de Odilla. Sua admiração se transformou em; exposição, livro e semeou um filme, em processo de produção. “É a maior coleção monográfica do Brasil!“
Paulo continua buscando e fomentando a arte nacional em contraponto aos cartazes pintados à mão, que antes eram a única forma de divulgar as peças teatrais, hoje ele compartilha e também busca obras que gosta em um clique, com uma conta muito ativa no Instagram. Na pintura, estudou com grandes mestres como Amêndola e Bassano Vaccarini e essa é a descrição feita pelo sentimento provocado, em especial pela artista Odilla, em seu coração, e ao qual todo artista deveria buscar provocar em seus apreciadores.
O que observa um colecionador nas obras de um artista?
Se encantou pelos trabalhos de Odilla a primeira vista e começou a acompanhar a artista em suas exposições mesmo sem conhece-la. Depois, já apresentados, veio a admiração pela história da mulher que, assim como ele, ignorou as tonalidades da mesmice e rompeu os estereótipos e pré-conceitos. “O desenho dela era demais para minha cabeça. Era uma força muito grande. Foi um impacto!“
Paulo estava no primeiro ano do curso de Artes Plásticas quando conheceu a obra de Odilla, em uma exposição. “Para você ter ideia do quanto o impacto foi forte, eu pensei: ‘Acho que vou parar porque nunca vou chegar nesse nível. Visitei todas as exposições que ela fazia. Nessa época, ela já era muito conhecida.“
Ele não parou. Continuou a desenhar e a seguir a artista, que só conhecia pelos comentários dos amigos e pelas obras. Quando entrou na faculdade de Engenharia, percebeu um sobrenome conhecido na lista dos colegas de sala: José Roberto Mestriner. Foi logo questionando: “O que você é da Odilla?”.
Conheceu a artista em um almoço na casa do José, que era irmão de Odilla e um vínculo foi criado para toda a vida. “Fui morar em São Paulo e sempre ia nas exposições dela. Fazia questão de estar presente nos vernissages, para encontrá-la, mas nunca havia comprado uma obra.
O primeiro quadro de sua coleção foi adquirido em 1982, com um empurrãozinho da artista. Estive em uma exposição linda dela, com obras de aquarela. Ela disse: ‘Agora você vai comprar “
Critérios utilizados para a composição de uma coleção
Quando perguntado a respeito de critérios e aspectos importantes que o levaram a adquirir determinadas obras, em entrevista a Fuel, Paulo disse:
“ Eu gosto de visitar o ateliê dos artistas e conhece-lo pessoalmente, gosto de conhecer artista e obra, de sentir o trabalho dele junto. Para mim estas coisas são importantes. Quando isto não é possível, eu procuro galerias renomadas que possuem um aval já de que as obras são realmente verdadeiras. Ou seja, já é um filtro estar numa galeria, já é um filtro tambem quando os artistas, por exemplo, expõem em algum salão de arte oficial. Eu sempre fico de olho, para acompanhar o trabalho deles e o desenvolvimento da sua carreira, e só então eu adquiro a obra; ou diretamente com o artista, ou em galeria, ou em leilões. ”
Já sobre onde procura vender suas obras em negociação, respondeu a equipe: “Quanto a venda, eu acho que nunca vendi nenhuma obra, pois a coleção é muito afetiva”
Paulo diz que seu foco como Colecionador sempre foram os anos; 50, 60, 70 e 80. Mas, recentemente começaram a adquirir obras contemporâneas que encontram, ele e Rogério, de artistas, principalmente pelo Instagram, que segundo ele, é a maior vitrine atual para se encontrar talentos.
Dicas para artistas que queiram ter sucesso em suas carreiras
“Os artistas novos devem procurar os museus de suas cidades, participar dos movimentos artísticos principalmente de sua cidade, salões oficiais de arte como; Mam, Mac, Pinacotéca, Masp etc. Mostrar seus trabalhos para os curadores destas instituições e se atrever, enfatiza Paulo, o artista tem que “meter a cara mesmo” e se atrever a enviar para a avaliação. É difícil, é uma batalha, mas você tem que mostrar o seu trabalho e trilhar o seu caminho para que seja visto, criticado, comentado e principalmente, aceito.”
O empresário continua a investigar criteriosamente artistas da atualidade e a se apaixonar por diversos trabalhos como os de; Magela Albuquerque, Lucas Pereira de Florianópolis, André Ricardo entre outros.
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