Conceição Freitas da Silva (Povinho de Santiago, Rio Grande do Sul, 1914 – Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 1984), mais conhecida como Conceição dos Bugres, é a artista escolhida para dar início ao biênio das Histórias brasileiras no MASP.
A exposição Conceição dos Bugres: tudo é da natureza do mundo começa em 14 de maio de 2021 e fica em cartaz até 30 de janeiro de 2022. Por causa da pandemia de covid-19, o museu precisou reorganizar sua grade de exposições. Neste ano, elas serão menores em número e maiores em duração.
A partir do segundo semestre, essa mostra irá coincidir com as individuais de Erika Verzutti e Maria Martins (1894-1973), enfatizando o papel das mulheres para a linguagem escultórica no Brasil. A curadoria é de Amanda Carneiro, curadora assistente no museu, e Fernando Oliva, também curador da instituição.
A mostra em questão se encaixa em um movimento que o MASP vem fazendo desde 2016 ao apresentar obras de artistas que ficaram fora das histórias oficiais da arte com o objetivo de reposicioná-los. É o caso, por exemplo, das exposições Agostinho Batista de Freitas (2016), Maria Auxiliadora: vida cotidiana, pintura e resistência (2018) e Djanira: a memória de seu povo (2019).
Conceição foi uma artista ímpar para a história da escultura no Brasil, reconhecida por sua produção dos chamados “bugres”, trabalhos geralmente esculpidos em madeira e cobertos por cera de abelha ou parafina e tinta, mas que também podem ser feitos em pedra sabão e arenito.
A exposição irá reunir 113 obras da artista, a maioria vinda de coleções particulares. Há pouquíssimas obras dela em acervos públicos, fato que também diz sobre esse processo de apagamento. Hoje, o trabalho dela se encontra apenas nas coleções do Museu Afro Brasil e do Itaú Cultural.
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