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Baldo: The Guardian Owls, game inspirado em Zelda e Miyazaki

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Depois de anos de desenvolvimento, notícias desencontradas e trailers muito promissores, finalmente nesse ano foi lançado, Baldo The Guardian Owls. E com muita expectativa ao RPG de ação inspirado em Zelda e nos trabalhos do Studio Ghibli, trabalho de uma desenvolvedora italiana, o Naps Team. O jogo está disponível para PC, Nintendo Switch, Playstation 4, Xbox One, iPad e iPhone, Apple Arcade.

Análise

Após boas horas no título, embora não concluído, deu para fazer nossa análise com os elementos necessários para formular um julgamento sereno ou pelo menos fornecer aos interessados ​​e curiosos as ferramentas para entender se Baldo The Guardian Owls consegue lhe cativar.

É assim que ele se apresenta a quem não o conhece:

Aventure-se em terras mágicas, cheias de mistérios para desvendar. Baldo: The Guardian Owls está cheio de quebra-cabeças desafiadores para resolver e masmorras  para explorar. Assuma o papel de Baldo e atravesse este emocionante mundo aberto, onde você encontrará muitos personagens bizarros e inesquecíveis, para decifrar a misteriosa profecia e desafiar seu destino.

Temos um jogo sem grandes introduções; entramos diretamente na história, e esta não é particularmente complexa, ainda que à medida que avançamos na trama vamos descobrindo cada vez mais aspectos do cenário que nos rodeia.

Colorido, variado, fluido (a 30 FPS) e capaz de evocar as sensações de um anime de outrora, tal como o Studio Ghibli ao qual foi imediatamente associado. O desenho dos personagens  são simples, mas são funcionais e bem caracterizados; o cenário e os ambientes, por outro lado, realmente causam uma boa impressão, graças também à iluminação bem administrada e ao estilo “cartoon” que suaviza até possíveis manchas.

Um bom trabalho da Naps Team, pois durante a aventura iremos encontrar muitas situações diferentes, sempre feitas de maneira excelente a nível visual, porque nem sempre há tanto cuidado em títulos que não sejam do mais alto nível.

A música, de clara inspiração japonesa, acompanhamos em várias sessões alternadas sem ser (muito) repetitiva ou deslocada.

Quanto à jogabilidade, a interface nos leva a territórios familiares, com um inventário clássico, itens para missões primárias e secundárias, pistas e um mapa. Bater, rolar, mover (mas não puxar, você descobrirá às suas custas), interagir e usar objetos é imediato e intuitivo.

Desafios, frustração, reflexão

É preciso dizer que as primeiras horas de jogo podem desanimar alguns jogadores, pois assim que entramos (relativamente cedo, se quiser) na primeira masmorra, começa o “choro e ranger de dentes”.

A fase do Galeão Perdido é realmente uma espécie de “limiar de barreira” que destaca os pontos fortes e fracos da produção e confronta com o clima do jogo. Por um lado temos uma masmorra bem construída, cheia de quebra-cabeças, monstros, baús, cantos para explorar (e vasos para jogar). Por outro lado uma gestão de controles e uma disposição para punir o menor erro que possa para desanimar alguém .

Se há algo que precisamos estar pronto para enfrentar em Baldo The Guardian Owls, é ver e ouvir o temido Game Over com uma frequência terrivelmente alta. E muitas vezes não por nossa “culpa”, mas por causa da dificuldade punitiva de algumas etapas.

A ausência total de um tutorial, mesmo que seja para entender trivialmente o que fazer com certos objetos ou interagir com certas seções do ambiente, é sentida.

Por outro lado, é também uma espécie de volta ao básico, àquela bela era em que um jogo era “espremido” até o fim sem orientações para entender o que fazer, com um caminho de “tentativa e erro” que colocava o jogador em um teste, mas também dava satisfação.

Alguns defeitos, como movimentos lentos do personagem, colisões aleatórias, podem chatear, mas não desanima. Seguimos em frente até encontrar os chefões, os bosses. Grandes e bem animados, que representam um grau de desafio altíssimo e farão os jogadores suarem muitas camisas.

Concluindo

Em geral, especialmente no início, a vontade de jogar o joystick contra a parede é grande, mas jogo bom é assim… Deixar o jogador sem muitas indicações e jogá-lo em masmorras mortais após festas descontraídas no mundo exterior é uma escolha corajosa ou talvez imprudente, mas, novamente, não é nada que jogadores experientes ou “hardcore” já não tenham enfrentado no passado.

Somos nós que perdemos o “olho do tigre” ou muitos games hoje passam a impressão que os tutoriais estão ali para ajudar a abrirmos o caminho. O que podemos assegurar é que se você gosta do “estilo Zelda”, aprecia RPGs de ação, gosta de emoções, gosta de quebra-cabeças difíceis, não tem medo de se aventurar sozinho em um mundo sem muitas indicações e… está disposto a deixar de lado alguns momentos de frustração, é um título para você.

Nota: Ótimo – 3.5 de 5 estrelas

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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