“Clube Big Beatles e Seus Sócios” também tem registros com grandes nomes da música brasileira como Bruno Gouveia (Biquini Cavadão), Andreas Kisser (Sepultura) e Ivan Lins
Imagine uma banda brasileira de cover dos Beatles que esteja no Hall da Fama da “International Beatle Week”, evento anual sobre os Beatles em Liverpool.
Esse é o “Clube Big Beatles” — Mark Fernandez (guitarra e teclados), Márcio Yguer (baixo e voz), Marcos Sucupira (guitarra e voz), Dudu Rossi (bateria e voz) e Edu Henning (percussão, sopro e voz) — banda de Vitória (Espírito Santo), que está no cenário musical faz mais de 30 anos.
Agora, a banda está lançando a versão deluxe do álbum “Clube Big Beatles e Seus Sócios”, que chegou ao mercado no início do ano e, que conta com muitas participações especiais.
E sao especiais mesmo! Edgard Scandurra (Ira!), Bruno Gouveia (Biquini Cavadão), Andreas Kisser (Sepultura), Dado Villa-Lobos (Legião Urbana), Armandinho Macêdo (A Cor do Som), Ivan Lins, Evandro Mesquita (Blitz), João Barone (Paralamas do Sucesso), Flávio Venturini, Zé Renato (ex-Boca Livre), Leo Gandelman e Jerry Adriani, este em seu último registro em estúdio.
Para completar, há registros com Pete Best e Tony Sheridan, que foram gravados em apresentações ao vivo em apresentações da banda.
Quarto disco e muitos sucessos
Fazer cover dos Beatles não é uma coisa simples. Ou você opta por registros fiéis aos originais ou vai por um caminho diferente (como a Blues Beatles) ou escolhe um repertório baseado nos “Lados Bs” da banda em algumas canções da carreira solo de John, Paul, George e Ringo, (como faz a PepperBand).
O Clube Big Beatles faz um pouco de tudo, embora tenha como base as canções de mais sucesso do Quarteto de Liverpool — poderiam apostar em canções menos conhecidas conhecidas.
A maioria dos arranjos seguem a filosofia dos originais, mas a coisa fica bem mais interessante quando algum elemento “novo” é introduzido, como o peso da guitarra de Andreas Kisser, em “Get Back” ou o sax de Leo Gandelman em “Come Together”.
O mesmo acontece com o swing em “Ticket to Ride” (com Dado Villa-Lobos) ou na releitura cheia de personalidade de Ivan Lins para “Eleanor Rigby”.
É muito bom também ouvir uma versão de estúdio de “Something” com a guitarra baiana de Armandinho Macedo (da A Cor do Som). Quem já assistiu a algum show dele sabe que a sua interpretação é magnífica.
Outras versões, embora algumas delas muito bonitas (ouçam “The Long and Winding Road”, com Flavio Venturini), emperram ao trafegar por um terreno mais conhecido, sem grandes mudanças.
As faixas extras
Esta versão deluxe vem com três faixas extras gravadas ao vivo — She Loves You (com a Banda da Policia Militar do Espirito Santo), My Bonnie (com Pete Best) e Yesterday (com Tony Sheridan) — são interessantes.
Curioso ouvir “My Bonnie”, canção que os Beatles gravaram como banda de acompanhamento de Tony Sheridan, em uma interpretação com Pete Best (o primeiro baterista dos Beatles), enquanto Sheridan aparece em “Yesterday”. Diferente!
Com certeza, a inclusão destas faixas deixa o álbum bem mais atraente para fãs e colecionadores. Golaço do Clube Big Beatles.
O projeto, que demorou quase 10 anos para ser concretizado, termina com um saldo bastante positivo.
Como disse lá no meio do texto, fazer cover da banda que tem o repertório mais conhecido do mundo não é uma tarefa fácil, mas o Clube Big Beatles se sai (mais uma vez) muito bem.
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