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Crítica de O que Aconteceria Se… T’Challa se tornasse o Senhor das Estrelas?

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No segundo capítulo da nova série da Marvel, What If (Disney +), a história nos leva a Wakanda, mas desta vez para nos mostrar que nem um T’Challa não quer suceder seu pai T’Chaka no trono, e que outros planos surgirão na vida do príncipe.

O T’Challa de What If …? (O que Aconteceria Se… T’Challa se tornasse o Senhor das Estrelas?) quer se aventurar, principalmente pelo imaginário dos lugares mais remotos do universo. Tão envolvido em seus desejos, que com sua astúcia, consegue enganar os nada inteligentes Ravagers e, assim, acaba ocupando o lugar de Peter Quill.

20 anos depois, T’Challa é o Senhor das Estrelas, mercenário famoso por  intergalácticos e é o líder da gangue mais legal da galáxia, embora não seja aquela que imaginamos.

A Marvel começou sua primeira animação com um nível e esse episódio redobra a aposta, após o primeiro com a Peggy Carter.  Apelando para a nostalgia do típico fã do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), a série traz de volta Chadwick Boseman na voz de T’Challa, no que foi seu último papel. Além de Josh Brolin, Karen Gillan, Michael Rooker, Sean Gunn, Dijimon Hounsou, Benicio del Toro, Kurt Russell e outros de volta, temos um episódio divertido tanto para os fãs ou não dos super-heróis da Marvel, apesar de algins aspectos que iremos tratar.

O mais interessante do episódio, e possivelmente dos demais, é que a aposta do primeiro episódio vai ainda mais longe: não só o protagonista está encarnando outro papel, mas também todo o seu círculo, seja um novo papel ou outro versão, mais ou menos distante daquela originalmente interpretada.

Tecnicamente melhor

Comecemos pelo aspecto que mais nos agradou: o técnico-artístico. Não temos a certeza se os episódios foram feitos em ordem cronológica, mas está bem claro que o 2º foi feito depois do primeiro, que em comparação parece um “ensaio geral”: os cenários são mais definidos, as animações mais fluidas, o design geral, embora consistente com os filmes originais, também é mais integrado ao contexto animado. Mesmo o design do personagem recupera um traço um pouco menos suave do que o do primeiro episódio, reproduzindo as características dos atores originais de uma forma ideal.

Carisma

O vilão O Colecionador, caricato e cheio de frases de efeito.

Um aspecto que não ficou legal, é a quase total falta de carisma do episódio: é preciso dizer que o toque de James Gunn é perceptível, principalmente … quando falta. As piadas não são engraçadas, os personagens em alguns casos parecem estáticos e, certamente, a qualidade do acompanhamento musical é muito mais contida. Certamente não esperávamos uma compilação real de sucessos musicais, mas a música e o clima de provocação de Guardiões da Galáxia distingue e sentimos falta dela.

Claro, que não podíamos esperar T’Challa andasse por aí com o seu velho walkman e o significado que tinha para Peter Quill, mas em geral o personagem do Senhor das Estrelas (cujo nome, neste caso, parece derivar dos nascimentos nobres de seu usuário) é menos interessante: e a carreira do personagem foi muito melhor do que a de Peter Quill e seu nome é respeitado e temido. Em comparação, o Senhor das Estrelas de Wakanda é mais perfeito do que o do UCM, que erra e é empático, seguindo o que conhecemos do alter ego do Pantera Negro: focado, obstinado, heróico e sem senso de humor.

Os dons de T’Challa são bem maiores do que fama e orgulho, são habilidades que permitiram negociar com Thanos, para que abandonasse seu plano genocida para completar a Manopla do Infinito e reduzir a cinzas metade dos seres vivos de todo o universo.

Já em relação ao demais personagens, como a equipe dos Ravengers, uma formação de personagens com pouco apelo, degradada e sem o potencial do original; as versões aqui residem na caracterização, aqui reduzida ao mínimo. Enquanto o Steve Rogers no papel de Hydra Stomper não deixou de ser o herói sob o escudo que provou ser o Supersoldado por méritos éticos, indo além dos superpoderes, aqui, uma vez que alguns elementos são derrubados, os personagens inevitavelmente perdem sua força e são sombras do que conhecemos.

Mas a curiosidade levantada nesta proposta narrativa, que brinca com alterações de Pantera Negra, Vingadores: Guerra do Infinito e Falcão e o Soldado Invernal, garante atenção até mesmo entusiasmada de nossa parte. Por outro lado, as reviravoltas essenciais do roteiro, estão satisfatórias, mas não dá uma boa carga dramática.

De resto, o episódio continua a ser recriado dentro da proposta original da série; cenas de ação espetaculares, desta vez mostrando locais e personagens galácticos bem conhecidos, incluindo algumas aparições surpreendentes (e uma secundária). Além disso, a certa altura temos uma preparação clássica muito ao estilo dos grandes filmes de sci-fi. No geral, a estrutura e o tom mesmo se afastando do que encontramos em Guardiões da Galáxia, mas conseguem manter aquele tom relaxado e épico de um space opera, mesma diversão que James Gunn fez com o seu Senhor das Estrelas. Aguardemos o terceiro episódio para mais uma análise. Fiquem vigilantes.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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