Saiba como é “No Meio do Caminho”, álbum póstumo de Beni, um dos fundadores do Kid Abelha

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Podem acreditar, o Kid Abelha é mais do que Paula Toller, George Israel, Bruno Fortunato e Leoni. Beni Borja (1961/2021), um dos fundadores da banda, também faz parte dessa história.

O músico e produtor, que nos deixou após sofrer um infarto súbito e fulminante no fim de 2021, terá o álbum “No Meio do Caminho”, lançado oficialmente nesta segunda-feira (21/02), data na qual completaria 61 anos.

Beni é coautor de algumas das canções que fizeram a trilha sonora dos anos 1980 e 1990, como “Fixação”, do Kid Abelha, e “Vento Ventania”, do Biquíni Cavadão.

Como produtor, Beni descobriu talentos como o Biquíni e Gabriel O Pensador. Criou seu próprio selo, Psicotronica, no início dos anos 2000, e por ele lançou Picassos Falsos (Novo Mundo) e Cris Braun (Atemporal).

Muito além do rock e do pop

Beni era um produtor de mão cheia e, sabendo que não era um grande cantor, produziu canções e arranjos que não deixam que quaisquer limitações vocais atrapalhem a audição.

Não há excessos ou frivolidades. Os corais gospel, riffs roqueiros ou que beats eletrônicos e refrões de MPB, melodias nordestinas e riffs pesados combinam-se com traços nordestinos e batidas techno.

Precisa de chave a porta que abre pra dentro

Sendo preparado desde 2016, “No Meio do Caminho” tomou forma apenas depois da entrada em cena do baixista Rian Batista (Cidadão Instigado), casado com a filha de Beni.

Ele reuniu uma ótima banda — Sérgio Diab (guitarras, violões e vocais de apoio), Bruno Wanderley (bateria) e Rian (baixo e vocais), além de Beni (vocais, violões e guitarra — e, em apenas algumas semanas, praticamente todo o álbum estava gravado.

Rian, além de dar o impulso que faltava para que Beni terminasse o álbum, também brilha na mixagem, com linhas de baixo de primeira qualidade.

Estamos condenados à memória permanente

Primeiro e único

Beni - No Meio do Caminho

“No Meio do Caminho” é um álbum que mostra um artista plural e com uma noção estética muito apurada, sabendo transitar por vários territórios musicais distintos.

Todo o projeto que, infelizmente, será o primeiro e único disco solo do artista, foi preparado por ele.

No início de 2020, o disco, com produção assinada por Rian e Diab, estava praticamente pronto, mas a pandemia chegou e adiou o lançamento.

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Beni finalizou e batizou o álbum e escolheu para a capa uma pintura da filha; um carro quebrado no meio da estrada e um homem que parece cogitar aflito sobre o que fazer.

As dez faixas de “No Meio do Caminho” servem como um caleidoscópio musical de alguém que conhecia, acima de tudo, música. Música que transcende rótulos, cores, gêneros e fronteiras.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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