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"O Negócio" se despede após bem-sucedida carreira na HBO Brasil

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Série nacional da HBO mais longeva, e com maior alcance repercussivo, O Negócio chegou ao fim depois de quatro temporadas consciente de que não tinha mais para onde ir. As protagonistas Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch), Magali (Michelle Batista) e Mia (Aline Jones), prostitutas de luxo de uma São Paulo um tanto plastificada, seguem seus conflitos sem grandes arroubos dramáticos, mas estabelecidas pela construção de seus papéis, enrijecidos pelos anos.
O ano (delas) começa com Karin decidida a lançar uma autobiografia. Entretanto, para tal, isso implicaria revelar a profissão das amigas – fato que manteve-se desde a primeira temporada – além do ex-cafetão Ariel (Guilherme Weber, o melhor personagem sempre). Esse livro é o estopim para consequências que vão guiando toda a temporada, com Karin exposta na TV e até sendo presa, perseguida por um promotor público conservador (Dalton Vigh).
Paralelamente a isso, Luna se vê imersa no caos familiar, quando seus pais se separam após a postura irredutível do pai com a descoberta sobre a profissão da filha. Magali – o alívio cômico da série, especialmente pela relação tempestuosa com Zanine (Kauê Telloli) – vive as descobertas de uma intrincada relação poliamorística, e Mia, prejudicada pela pouca sustentação de sua personagem, não tem o que fazer, a não ser repetir a mesma historinha de amor selvagem com um ricaço excêntrico.

A série manteve uma linguagem de abordar a vida (sexual, sensual e social) de suas protagonista por uma estética publicitária, com cenas de sexo sempre em câmera lenta e sem suor, externas limpinhas e panorâmicas de reluzentes skylines. Isso incomoda desde o começo. Mas por outro lado, o roteiro dinâmico, o carisma de alguns bons personagens e até o desenvolvimento do plot da prostituição erguendo um império de luxo através de técnicas de marketing deram muito propriedade para que O Negócio tenha conseguido chegar onde chegou (pela primeira vez, uma série nacional da HBO é capa da revista Rolling Stone Brasil).
Essa quarta temporada pode ser considerada a pior de todas. Tanto que a trama principal se esgota antes do fim, e no último episódio é nítida a sensação de não ter para onde ir, especialmente Karin. Por isso, a falta de coerência nas conclusões é recorrente. Mas é inegável que a série foi importante para a emissora e proporcionou momentos de escapismo e diversão. Talvez se fosse menos pasteurizada, sua importância iria além da HBO Brasil
4ª Temporada: Razoável
Série como um todo: *** Bom

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