A Netflix ficou com um vazio após as séries de super-heróis da Marvel serem abandonadas. Um vazio que seria difícil preencher.
No entanto, o streaming não demorou para encontrar outros heróis e logo apresentou novas séries; entre elas a The Umbrela Academy, uma adaptação da série em quadrinhos, escrita por Gerard Way, cantor do My Chemical Romance, e ilustrada pelo brasileiro Gabriel Bá.
E não é, que após um interregno de mais de um ano, a segunda temporada da série retorna para sublinhar o que já funcionou na surpreendente primeira temporada.
Primeira Temporada
Um grupo de sete jovens com superpoderes são recrutados por um bilionário excêntrico para formar uma equipe de super-heróis e combater o crime. É formado a Umbrella Academy, mas com o tempo, a ideia deixou de existir.
O grupo se torna uma família disfuncional, que ao crescerem se enchem de problemas. Diego, Allison, Luther, Vanya, Klaus e Cinco; acabam jornando para situações de como se lidarem um com o outro, em meio aos perigos. No fim, ou começo da série, os irmãos estão separados, cada um, seguindo seu caminho.
A primeira temporada nos apresenta esses personagens em episódios que nos conquista pela sucessão rápida de eventos que aconteciam com os “irmãos” para evitar o apocalipse.
Com uma seleção de boas músicas que potencializou o seu peculiar encanto, efeitos especias legais e um humor, mesmo que tenha sido suavizado frente aos quadrinhos originais, a série ganhou envergadura pelo foco nos relacionamentos dos personagens e no desenvolvimento de uma narrativa que os uniria para evitar um apocalipse. Terminando num cliffhanger incrível;.
Segunda Temporada
Cinco alertou a família (tantas vezes) que usar os poderes para escapar do apocalipse de Vanya em 2019 era arriscado. Ele tinha razão: o salto no tempo dispersou os irmãos no tempo, levando-os até Dallas, Texas. Mais de três anos se passaram.
Estamos na década de 1960. Alguns ficaram presos no passado por anos, construíram vidas e seguiram em frente, certos de que são os únicos que sobreviveram. Cinco é o último a chegar, bem no meio de um dia do juízo nuclear.
A Umbrella Academy deve encontrar uma maneira de se reunir, descobrir o que causou o dia do juízo final, acabar com isso e retornar à linha do tempo atual para impedir outro apocalipse. Enquanto isso, eles são caçados por assassinos.
Análise da Segunda Temporada
Dizem que a união é a soma de várias partes para assim fazer a força. O início da segunda temporada nos apresenta os protagonistas sendo separados naquele inesperado salto para o passado, quando escaparam do iminente fim do mundo em 2019.
Cada um chega em um momento diferente do passado, nos anos 1960, refazendo suas vidas, se adaptando à nova realidade. Um fator introdutório interessante que leva a série indo além da trama da temporada e ganhar força para o final.
Número 5 (Aidan Gallagher) chegando nos anos 1960.
A série opta nos primeiros episódios a uma abordagem mais dramática, mas sem se aprofundar nas feridas abertas de cada um dos protagonistas. O foca fica em situações que cada um dos personagens passa separado nesta época, procurando manter o ritmo ágil que fez a primeira temporada.
Mesmo que apresente os dramas vividos em novos ângulos, focando no que os unia e também no que os separava, no final todos estão juntos novamente tentando evitar uma catástrofe. Há subtramas, em meio aos seus traumas ou com a sociedade em que estão atualmente, que poderiam ter sido mais desenvolvida.
Os subtramas dos membros da Umbrella crescem paralelamente à necessidade de todos se unirem novamente. Os três que chamam mais a atenção é Luther, Klaus e Allison. O Nº1 (Tom Hopper) pelo relacionamento com o seu chefe, o Nº4 (Robert Sheehan) por agora ser um guru espiritual e a Nº3 (Emmy Raver-Lampman) pela tentativa de mergulhar a série no conflito racial em chamas da época. E ao longo da segunda temporada somos apresentados a alguns novos personagens que crescem na narrativa e que passam por uma reviravolta bastante surpreendente.
Mas o encontro com o pai (sir Reginald Hargreaves); acende o ritmo e, a partir daí, a série não tira o pé do acelerador. Desde a necessidade do Número Cinco de fazer um pacto com o diabo, até os esforços de seus “irmãos” para tentar evitar esse novo apocalipse, é a mesma fórmula que funcionou muito bem na primeira temporada. Dá para sentir a falta da sensação que Hazel e Cha-Cha passavam, perdendo no equivalente trio de assassinos desta temporada.
O que podemos notar desde o princípio é que esta segunda temporada de The Umbrella Academy busca ser mais ambiciosa desde o primeiro momento; mas com outras intenções e resultados diferentes, já que seguem confiando nos mesmos ingredientes, atenuado por um maior componente dramático, colocado em conflitos como o segregacionismo, a discriminação em vários aspectos, a política, uma boa dose de conspiração e, é claro, a dinâmica da família.
Sem spoilers. No final evitar o fim do mundo é o objetivo, mas o que realmente importa é a necessidade de fortalecer os laços entre essa equipe peculiar de “irmãos”. O episódio final tem praticamente tudo e até consegue superar o cliffhanger da primeira temporada em sua resolução.
Além disso, ganha destaque a seleção musical mais uma vez; escolhas inspiradas e que acrescenta aquele toque especial à série, como na sua primeira temporada, adaptações legais de músicas atuais e algumas músicas fenomenais dos anos 60.
A segunda temporada de The Umbrella Academy é uma farra sólida, tremendamente envolvente e, sem dúvida, uma jornada mais satisfatória do que a anterior antecessor. Fica agora para a Netflix renovar em breve uma terceira rodada de episódios.
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