Velma – série prequel chafurda o status quo da franquia de Scooby Doo

A origem da detetive e membro da Mystery SA.

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Ao ser apresentada a série Velma da HBO Max logo entenderemos que não é o Scooby-Doo que lembramos da sua infância, ou que seus pais assistiram. (O dogue-alemão nem aparece, na verdade).

Não é uma atualização fiel daqueles desenhos animados, nem uma tentativa de reboot dramático, mas uma série voltada para adultos – esquecível.

Criado por Charlie Grandy (The Office), a animação é posicionada como uma prequela das histórias de Scooby-Doo. No início, Velma (Mindy Kaling) é uma adolescente, descendente de imigrantes asiáticos, uma jovem confusa com sua sexualidade, piada recorrente com a personagem.

A trama aborda uma série de assassinatos, que somado ao desaparecimento da mãe de Velma alguns anos antes. Velma vai em busca de descobrir quem é o serial killer por trás dos recentes ataques, e da verdade sobre o desaparecimento de sua mãe para superar traumas que adquiriu desde o acontecimento.

A escola, Crystal Cove High, é atingida por essa série de assassinatos que podem ou não ter algo a ver com a ausência de Diya, mas definitivamente colocam as garotas mais bonitas e populares da cidade – como a melhor amiga de Velma. – Daphne (Constance Wu) — em risco. Para complicar ainda mais as coisas, estão os hormônios adolescentes em fúria que fazem as crianças pularem de uma paixão para outra.

Inicialmente, a abordagem irônica de Velma é divertida, mas o roteiro fraco falha em todos os aspectos possíveis.

O humor, um dos fatores centrais da obra, é de um dos níveis mais baixos. Não é apelativo para o lado sexual, como temos em muitas outras animações adultas, mas força uma espécie de humor em torno de temas sociais que não soa natural. Com esse humor imposto, Velma se esforça para criar piadas em temas como o machismo; a xenofobia; etc, realizadas sem um propósito – mesmo com um elenco de comediantes como Glenn Howerton, Weird Al Yankovic, Nicole Byer e Stephen Root.

Com a expectativa sobre a obra original, seus personagens são distorcidos e isso cria furos que atrapalham o próprio desenvolvimento da personalidade. Norville (Sam Richardson), um nerd, ou melhor o Salsicha, é completamente alterada em relação ao que já estávamos habituados. E não é questão de nostalgia, pelo menos poderiam criar uma série diferente do que trazer uma série com personagens tão conhecidos, algo que quebra a esperança pressuposta pela série.

São dez episódios que trazem um pouco de Riverdale em sua malícia, Veronica Mars em sua maneira espinhosa de resolução de crimes e, principalmente, a também série da HBO Max, Harley Quinn em sua alegre irreverência – todas mostram que, sejam quais forem deficiências, desfrutam de um senso de identidade e propósito muito mais forte do que Velma.

O elemento mais cativante de Velma é, paradoxalmente, o quão desagradável ela pode ser – quão egoísta, hipócrita, emocionalmente confusa.

O trabalho de animação é bom, os desenhos são atraentes para o público, com um design chamativo. A série ganha pela trilha sonona, com músicas famosas e que são inseridas em momentos chave na narrativa da série, que dá um suspiro para o tudo de ruim que a série possui. Por fim, Velma não é para fã do Scooby, talvez para assistir e duvidar do que encontrará nos 10 episódios. Sarcasmo ou não, a série poderia ter sido muito legal, mas passa longe.

Velma (2023)

Velma (2023)
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Nota: 1/10: Catástrofe
Nota: 1/10: Catástrofe
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Cadorno Teles
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Cadorno Teles

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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