Um cão chamado Encrenca (Trouble, voz de Big Sean) vive uma vida das mais luxuosas e sem complicações: não tem que se preocupar com nada, gosta de grandes jardins, uma boa cama e todos os tipos de cuidados. Entretanto, tudo dá uma guinada quando sua dona morre e seus sobrinhos o colocam na rua. E lá deve aprender a sobreviver no mundo real, enquanto tenta escapar da ganância dos parentes de seu antigo dono.
Análise
A Netflix está cada vez mais apresentando novas produções, e de maneira regular o ecrã tem ampliado suas animações, um nicho que ganha cada vez mais audiência exigente. O emponderado Arlo, o menino-jacaré; o mexicano Xico, o cachorro mágico; são exemplos de lançamentos que trazem temáticas diferentes para o principal alvo do streaming, o público infantil.
EncrenCão, produção canadense que já tinha sido lançada em outros países há dois anos, entrou no streaming recentemente. É o segundo longa-metragem dirigido pelo técnico de design de animação Kevin Johnson (O Gigante de Ferro, Osmose Jones), um filme divertido que usa clichês do gênero com animais como protagonistas, desta vez um cachorro, o que dá o título ao projeto.
Nas primeiras cenas, já somos apresentados ao cãozinho de estimação que mora na mansão Van der Woort de uma velha que o adora.
Nessa mansão o animal vive como um rei com todos os tipos de caprichos com aquela mulher e seu mordono; mas sua vida mudará repentinamente quando sua dona morrer e o cachorro se tornar propriedade dos sobrinhos daquela mulher, Claire (Marissa J. Winokur) e Norbert (Joel McHale, o Starman de Stargirl) que odeie aquele animal e decida se livrar dele.
A partir desse momento, o que tinha sido uma vida tranquila se transforma em uma luta pela sobrevivência, onde o cachorrinho passará por vários perigos e procurando um novo dono com quem possa viver nos próximos anos.
A animação é bastante convencional no que diz respeito a sua proposta familiar. Embora não muito original, é uma narrativa simples, sentimental, sobre adoção.
Roteiro
Com roteiro de Rob Muir e Jordan Katz, que desenvolvem uma história ágil, cheia dos clichês do gênero, mas com elementos necessários para permitir a diversão, principalmente para o público infantil. A história é mais ou menos previsível e já se sabe de antemão que culmina com a reivindicação dos cães de rua e com o castigo dos que acumulam pecados capitais.
Embora pudéssemos colocar alguns obstáculos ao roteiro, principalmente com algumas reviravoltas que são mais destinadas a convencer os mais pequenos a fazer o bem e que ajudar os outros sempre tem sua recompensa, tudo é narrado sem alarde e com cuidado.
È uma produção criada de uma maneira que sua aquarela, suas cores hipnotizam pela agitação e movimento das cenas. Além disso, tem um protagonista com quem se identifica facilmente, e alguns secundários bastante interessantes, especialmente aquele caçador de animais, que lembra muito o Ace Ventura, o Thurman Sanchez (Wilmer Valderrama); a jovem chamada Zoe Bell (Lucy Hale) que acolhe o cãozinho e os esquilos que serão os primeiros inimigos dos quais ele conhece. Suas aparições são breves, mas bem cômicas, em especial, os esquilos.
Conclusão
A animação acaba ganhando seu público pelo carisma e ao sentimento de sua narrativa; a boa intenção da adoção, história de superação e amizade, que vendem bem sua ideia. EncrenCão tem elementos que desfavorecem sua estrutura narrativa, mas a simpatia do seu desenvolvimento que a eleva, faz funcionar para sua proposta inicial.
Nota: Regular – 2.5 de 5 estrelas
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