Adeus a Garry Marshall

FILE - In this April 10, 2016 file photo, Garry Marshall arrives at the 2016 TV Land Icon Awards at Barker Hangar in Santa Monica, Calif. Writer-director Marshall, whose TV hits included "Happy Days” "Laverne & Shirley" and box-office successes included "Pretty Woman" and "Runaway Bride," has died at age 81. Publicist Michelle Bega says Marshall died Tuesday, July 19, 2016, in at a hospital in Burbank, Calif., of complications from pneumonia after having a stroke. (Photo by Rich Fury/Invision/AP, File)

Quando se pensa em comédias românticas contemporâneas, é impossível que Uma Linda Mulher não venha logo à mente. O filme não só transformou Julia Roberts na namoradinha da América e um dos maiores nomes de Hollywood como redefiniu o gênero que ganhou bastante popularidade naquela década de 1990. O responsável pelo feito foi o já saudoso Garry Marshall, que nos deixou na última terça-feira (dia 19 de julho) aos 81 anos, vítima de uma pneumonia. Estava casado com Barbara Sue Marshall desde 1963 e tinha três filhos e seis netos. Marshall nasceu Garry Kent Maschiarelli, em Nova York (NY), em 13 de novembro de 1934.

Formou-se em comunicação, com especialização em rádio, TV e produção de filmes, mas como sempre foi apaixonado por cinema, iniciou uma carreira como roteirista de esquetes de comédias para humoristas como Joey Bishop e Phil Foster em sua longa carreira de produtor, diretor e roteirista para TV, que inclui “Dick Van Dyke Show”, “Lucy Show”, a série “Happy days” e “Mork & Mindy”, estrelada por Robin Williams em 1978. Era conhecido por sua obsessão com basquete : em seu contrato muitas vezes havia uma cláusula que obrigava os estúdios a fornecer uma quadra de basquete próxima aos locais de filmagem.

Marshall também atuou. Em seu currículo há 83 papéis, entre eles uma participação em “007 Contra Goldfinger” e pequenas aparições em filmes que dirigiu. Ele foi um mendigo a quem o personagem de Richard Gere pede informação em “Uma Linda Mulher” e um musicista em “Idas e Vindas de Amor”. Ele também tinha o hábito de colocar membros de sua família em pequenos papéis. “Em caso de dúvida , traga os parentes. O nepotismo é uma parte do meu trabalho”, dizia.

O sucesso de seus filmes se dava muito pelo timing de comédia à moda antiga, por mais contemporâneo que fosse o tema. Talvez o mais fora da curva tenha sido mesmo “O Amor é uma Grande Fantasia”, thriller de 1994, baseado no romance homônimo de Anne Rampling com algumas pitadas de erotismo (pegou uma censura R nos EUA). O cineasta fechou os anos 90 com uma reunião dos astros de seu maior sucesso, Julia Roberts e Richard Gere.

Nos anos 2000 seu maior êxito foi “O Diário da Princesa”, estrelado por Anne Hathaway e a eterna noviça rebelde Julie Andrews, atriz que ele considera a melhor experiência que já teve dirigindo alguém, pois, segundo ele, ela sabe atuar, cantar, e é uma dama que pode amaldiçoar com uma dicção perfeita.

Seus últimos filmes constituíram uma espécie de trilogia das datas comemorativas: “Idas e Vindas de Amor” (no original Valentine’s Day), de 2010, “Noite de Ano Novo” (New Year’s Eve), de 2011 e seu último filme “O Maior Amor do Mundo” (Mother’s Day), lançado em maio deste ano. Uma de suas frases era: “há muito mais vida para além do showbusiness”, o que até soa irônico (e provavelmente era) para um homem que dedicou toda a sua vida ao showbiz, como uma perfeita simbiose. Garry Marshall foi sem sombra de dúvidas um homem do showbiz.

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