Além da Escuridão é a nova face de Star Trek

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O Star Trek de J.J. Abrams pode ser considerado como um reboot que deu certo pelo simples fato de que leves alterações no cânone de uma franquia podem desencadear novas e diferentes situações, sem parecer que basta apenas refazer tudo o que já havia sido feito com novos atores para pedir que o público aceite a “inovação”. “Além da Escuridão” segue o primeiro filme desta nova franquia e dá prosseguimento ao que já havia sido feito, alterando pequenos detalhes e criando novas histórias, com velhos conhecidos.

Neste segundo filme, Kirk (Chris Pine) e a tripulação da Enterprise acabam por ferir uma duzia de regulamentos da Federação para salvar um planeta que nunca teve contato com qualquer tecnologia maior do que a roda e são mandados para a Terra. Ao mesmo tempo, um atentado terrorista destrói uma biblioteca de Londres e o responsável, John Harrison (Benedict Cumberbatch), acaba por atacar o topo do comando da Federação, que manda Kirk e a Enterprise atrás do assassino.

kirk spock harrison

Como esta resenha é de um filme que não estreou no circuito nacional (14 de junho de 2013), eu paro com os detalhes a respeito da história para tratar dos detalhes mais técnicos e de interpretação. Para começar, o estilo do diretor J.J. Abrams está no filme todo, seja com suas tomadas em close dos atores se digladiando com longos diálogos, seja as externas belas e bem trabalhadas, com a inserção de efeitos especiais perfeitos e pontuais, sem parecer um festival de explosões mal feitas. Claro que por se tratar de um filme de ficção científica, o uso de efeitos especiais é extenso porém, podemos notar que há uma tentativa de diminuir ao máximo o uso exagerado.

Ainda, o 3D do filme é espetacular, bem macio e claro, sem aquela sensação de que uma nova camada foi colocada por cima do que havia sido filmado, como em algumas conversões feitas em certos filmes de ação atuais. E mesmo aqueles que não gostam normalmente de ver filmes em 3D, vale a pena se arriscar neste.

Sabendo que estamos vendo um filme da série Star Trek, queremos que todos os personagens que amamos tenham um mesmo grau de participação na tela, mesmo sabendo que o foco será mesmo em Kirk, Dr. McCoy (Karl Urban) e Spock (Zachary Quinto), mas ainda assim, Uhura (Zoe Saldana), Sulu (John Cho) e Scooty (Simon Pegg) tem suas doses de participação, quem acaba perdendo bastante espaço em relação ao primeiro é Chekov (Anton Yelchin) que fica relegado a um canto da nave por boa parte do filme.

enterprise

Pode-se dizer que este é aquele tipo de filme que ou você ama ou você odeia ele em sua totalidade, pelas mais diversas razões que se possa imaginar. Eu não sei como que a legião de fãs da série original pode enxergar as mudanças em relação ao que havia sido criado originalmente na década de 60 e depois usado nos filmes daquela tripulação nos anos 80. A meu ver, as mudanças foram bem feitas, mesmo que existam buracos do tamanho de Júpiter no roteiro. Ainda assim, não estamos tratando de um filme que tem a intenção de desafiar a mente do espectador, mas sim o divertir.

Um dos fatores que sempre agradaram na série original e que nunca foi totalmente repetido na nova geração e demais é a intimidade com que a tripulação da Enterprise convive. Há a escala de comando, mas ao mesmo tempo há também o tratamento de amizade. Nitidamente a tripulação vem vivendo várias situações que os levaram a conviver harmoniosamente e esta amizade é claramente demonstrada, seja pelo uso de um apelido aqui, seja por um papo franco ali. A Enterprise é uma grande família que todos se preocupam enormemente um com o outro e com o bem estar daquela nave que vem sendo seu barco viajando pela infinidade do espaço. Essas inter relações são muito bem mostradas, mas ainda falta muito para soar como a verdadeira tripulação original, que teve anos de convivência em uma série de TV para criar os verdadeiros laços.

Para aqueles que se sentirem curiosos, vale muito a pena assistir um filme que irá trazer diversão e muitas cenas de ação feitas de forma perfeita e sem complicações. Para os fãs de Dr. Who, o filme tem um presente em especial logo no começo com a participação de um ator marcante, por suas razões especiais.

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One thought on “Além da Escuridão é a nova face de Star Trek

  1. Ficou igual ao outro. Não sou fã da série mas me pareceu que algo de filosófico foi posto de lado pelo valor das cenas de ação.