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"Amante a Domicílio": exercício de vaidade em cinema de cartilha

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Receita para filme cool: pegue uma trama simples, mas que verse sobre particularidades de microcosmos, adicione uma escalação de elenco variada (mas com certa credibilidade), tenha boas doses de jazz em sua trilha sonora, e, se puder, chame aquele seu amigo renomado para dar uma ajuda. Atuando então, melhor ainda. Pronto! Feita a “fórmula”, seu filme já tem meio caminho andado. Pelo menos em repercussão prévia.
Amante a Domicílio” cumpriu a cartilha com convicção, e seu resultado é tão esquizofrênico quanto o paradigma que o define. A história acompanha um homem comum, Fioravante (John Turturro), e seu amigo Murray (Woody Allen) que decide transformá-lo em michê. O pacato jardineiro é convencido a assumir a nova profissão e passa, então, a se dividir entre três clientes: a Dra. Parker (Sharon Stone), sua amiga Selima (Sofia Vergara) e a viúva judia, Avigal (Vanessa Paradis). 

Com uma trama tão inverossímil, a única explicação para sua existência é o ego de seu diretor e roteirista John Turturro, que protagoniza uma trama em que seu personagem é um semideus do sexo, destituído de qualquer conflito com isso, e, quando o roteiro esboça alguma humanidade com uma relação amorosa com a personagem de Paradis, fica tudo na forma, só extraindo disso seu viés salvador para a vida da mocinha. Turturro não é bobo e coloca Woody Allen ali para agregar valor – e, realmente, suas falas são as mais inspiradas comicamente. Mas Allen não faz milagre e o filme vai se revelando cada vez mais irritante em seu exercício de auto estima alheio. As caricaturas das personagens femininas são primárias. Se a intenção era refletir alguma coisa para além de seu próprio ego, o diretor/ator deveria passar mais algum tempo com seu amigo gênio do cinema para entender que cinema não é sessão de auto terapia.
 

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