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Ao contrário da humanidade, você vai se divertir no Planeta dos Macacos

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Esqueça tudo que você já viu e leu sobre Planeta dos Macacos para assistir Rise of the Planet of the Apes (no original). Este mais recente filme sobre macacos inteligentes é o que mais se afasta da trama do livro de Pierre Boulle, publicado em 1963. O samba que me perdoe o uso da palavra, mas o filme tem cadência. Esse é o seu maior mérito. Portanto, se você, caro leitor, está com pressa e só quer saber se deve ou não ir ao cinema ver Planeta dos Macacos: O Começo, minha humilde opinião é que sim, deve.

James Franco interpreta um cientista que busca incessantemente uma cura para o mal de Alzheimer, doença da qual seu pai sofre. Como parte do procedimento usual, testa o que ele acha ser a solução em chimpanzés, notando que a substância não só é capaz de reparar as regiões do cérebro afetadas pela doença, mas sim ir além, tornando o indivíduo (e o chimpanzé) mais inteligente. Por desconfiar que os macacos se tornam mais agressivos ao tomar o remédio, o CEO da empresa decide proibir o seu uso, além de exigir que os chimpanzés do laboratório sejam sacrificados. O doutor Will Rodman (Franco), porém, leva um filhote para casa, justamente o de um chimpanzé que se tornou mais inteligente devido à substância secreta. Daí para frente, o filme aborda o desenvolvimento de um macaco cuja inteligência está acima daquela de seus pares. Esse diferencial inicial tomará proporções cada vez mais grandiosas, resultando – e isso não é spoiler, vai! – em derramamento de sangue.

Como disse, o filme se desenvolve com facilidade, em um timing preciso. Há, no entanto, falhas no roteiro. São detalhes que podem incomodar ou não ao espectador. Em algum momento, você notará que macacos podem ser estrategistas mais espertos que aqueles da polícia americana. Verá ainda um empresário boçal, cuja ambição ultrapassa o bom senso mais primário. E, de quebra, descobrirá que Tom Felton tem cara de Draco Malfoy em todos os filmes – ainda que isso nada tenha a ver com o roteiro.

Os macacos estão mais reais do que nunca e isso não é bem uma surpresa, dada a tecnologia disponível atualmente nos estúdios de Hollywood. A escalada do filhotinho do James Franco rumo à liderança dos macacos que estão presos em uma espécie de canil para primatas é muito divertida, apesar da interpretação do rapaz que apresentou o último Oscar ser, como eu sempre acho, fraca. Desculpem-me os fãs, mas, para mim, James Franco não é bom ator. Suas interpretações sempre têm um quê de desleixo. Ele nunca parece estar falando sério e sempre tem a mesma cara de galã de araque.

A justificativa para que os macacos venham, em eventuais continuações, a dominar o mundo, fica bem plausível no final de tudo. Apesar de pequenos detalhes notadamente de mau gosto, dá vontade de ver o próximo filme da série sim. Enfim, senhores, Planeta dos Macacos: O Começo é, sem tirar nem pôr, um filminho divertido o suficiente para passar o tempo.

PS: Freida Pinto, que interpreta a namoradinha que o macaco Cesar arrumou para seu dono (é, ele também põe mulher na chave dos amigos), é um docinho de côco.

[xrr rating=3/5]

Título Original: Rise of the Planet of the Apes
Ano: 2011
Direção: Rupert Wyatt
Duração: 105 min

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