"Aquaman" aponta o caminho para a nova fase cinematográfica da DC – Ambrosia

"Aquaman" aponta o caminho para a nova fase cinematográfica da DC

"Aquaman" aponta o caminho para a nova fase cinematográfica da DC – Ambrosia
"Aquaman" aponta o caminho para a nova fase cinematográfica da DC – Ambrosia

O Aquaman não é o herói mais prestigiado da Liga da Justiça. Na primeira divisão da DC Comics, é o que goza de menos popularidade entre o público geral, não leitor voraz de quadrinhos. Esse o enxerga apenas como escada para Superman, Batman, Mulher-Maravilha e Flash. E mesmo os mais doutos fazem piadas, referindo-se ao personagem como “aquele que só serve para se comunicar com os peixes” e outras anedotas. No entanto, seu filme solo, que estreia nesse final de semana, foi cercado de expectativa por ser o primeiro de uma nova fase no DCU (ou DCEU como agora se denomina qualquer coisa feita fora das HQs).
“Aquaman” (idem, EUA/2018) nos mostra um panorama mais aprofundado sobre o herói dos mares que teve sua primeira aparição em cinematográfica Liga da Justiça. Seguindo a tradição de jornada do herói, a trama versa sobre Arthur Curry (Jason Momoa) descobrindo que é o herdeiro do reino subaquático da Atlântida e deve dar um passo adiante para liderar seu povo e ser um herói para o mundo. Para isso deverá confrontar seu irmão Orm (Patrick Wilson) e lidar com a sede de vingança do pirata Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II).

A aposta da DC/Warner na produção foi alta, começando por seu elenco estelar que conta com Nicole Kidman, Amber Heard e William Dafoe. O conceito visual de Atlântida é deslumbrante – embora em alguns momentos deslize no quesito flamboyant – e fica claro um dos motivos pelos quais o super-herói nunca ganhara uma versão live action antes: não havia, por muito tempo, tecnologia que criasse os cenários submarinos de forma convincente.
A direção de arte suntuosa e cenas de batalhas ambiciosas são trunfos do longa, mas ao mesmo tempo, deixam uma incômoda sensação de dèja vu. Tanto no conceito visual quanto em elementos da narrativa, ecos de “Thor”, “O Senhor dos Anéis”, “Pantera Negra” e até do filme solo da sua colega de Liga, Mulher-Maravilha, podem ser facilmente percebidos. Essa falta de originalidade acaba por tirar um pouco do impacto pretendido para a trama. O roteiro acerta ao contar a origem do personagem de forma não linear e dando apenas informações necessárias, uma vez que o herói já fora apresentado no filme anterior. No entanto, é em seu ato de desenvolvimento que o script assinado por David Leslie Johnson-McGoldrick e Will Beall apresenta inconveniência. Alguns minutos poderiam ser facilmente dispensados, favorecendo o ritmo do filme. A apresentação do primeiro ato e o clímax são os pontos redentores.

Com a responsabilidade de carregar um filme inteiro nas costas, o havaiano Jason Momoa não chega a dar um show de atuação. Em alguns momentos chega até a resvalar na canastrice. Mas esse detalhe é bastante amenizado por seu carisma e forte presença em cena. O brilho do elenco de apoio também o favorece. Amber Heard em sua impecável representação de Mera e Willem Dafoe como o mentor Vulko são suportes muito bem vindos, assim como uma reluzente Nicole Kidman, que vive a mãe do herói, rainha de Atlântida. Essa também é uma boa oportunidade de conferir Temuera Morrison, que ficou conhecido como o Jango Fett de Star Wars, em um papel dramático, o pai humano de Arthur. James Wan se mostra a escolha adequada para a direção. Ele escapa da armadilha de tentar imprimir o já batido tom sombrio, e ao mesmo tempo procura não ir pelo outro extremo (que poderia ser desastroso). Conhecido por franquias de terror, ele deixa sua marca na concepção de algumas criaturas marinhas.
Se “Aquaman” irá salvar a DC no cinema ainda é cedo para afirmar. O saldo dessa primeira produção após a derrocada de Liga da Justiça (e o que inaugura essa “fase 2” do estúdio) pode ser considerado positivo. Todavia, fica claro que ainda há uma ou outra peça a ser ajustada para que esse universo cause real preocupação na concorrência. O rei dos mares aponta uma horizonte otimista. Assim como em Mulher-Maravilha, é a DC desenvolvendo a prata da casa sem pressa para criar um grande evento logo a seguir. Esse é o caminho.

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