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As 10 Melhores Comédias de Todos os Tempos (parte 2)

Continuando a tentativa, até o momento bem sucedida, de criar uma lista com as melhores comédias já feitas (para quem quiser ver a a parte 1, basta clicar AQUI), é hora de pisar no território das músicas, filmes de horror e românticos, passando por alguns clássicos e um mais recente que merece todo o respeito pela reimaginação de um gênero, sabendo ser original e prestando a devida homenagem aos antecessores.

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)


No gênero comédia romântica, Woody Allen bebeu da fonte dos clássicos dos anos 60 e inovou, expondo totalmente as neuroses de um casal cheio de problemas com diálogos ácidos e extremamente bem elaborados. O humor fica em pequenos detalhes, pequenas análises dos relacionamentos.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=BayFaUXwrAk[/youtube]

A fórmula do pequeno judeu estressado que dá mais dor de cabeça à namorada é a famosa inversão de valores que todos observamos no dia a dia. Allen criou seu alter ego que em verdade é um espelho de si mesmo e nele, um judeu que faz terapias há 16 anos e que conforme sai com Annie Hall (Diane Keaton), faz que ela comece a procurar ajuda psiquiátrica. A liberdade sexual que estava abrindo suas asas naquela década é bem analisada aqui, assim como o quanto ela interferiu na sociedade e na religião.

Allen ama Nova Iorque e faz questão de mostrar isso. A cidade ganha vida através de seus clubes, parques, bares, cafés e cidadãos e o espectador se torna parte da retórica apresentada, quando em diversos momentos os personagens ultrapassam a barreira e se comunicam ou com o espectador, ou com outras pessoas totalmente desconhecidas nas ruas que respondem as suas retóricas.

Mas se engana quem assiste Annie Hall (nome original) pensando que o filme termina bem. Na verdade desde o começo sabemos que os dois não se deram bem, mas ele reconta a sua história em uma peça de teatro, desta vez com um final feliz, meio que se purificando dela.

Annie Hall foi o filme que tirou de “Guerra nas Estrelas” o Oscar de Melhor Filme, vindo a ganhar mais três estatuetas naquele mesmo ano (Melhor atriz, roteiro e direção) e com certeza merece o lugar de melhor comédia romântica.

A Vida de Brian (1979)

Muitas pessoas iriam me xingar mortalmente se em algum lugar desta lista não figurasse os comediantes ingleses do Monty Python. O grupo realizou grandes filmes, como “Em Busca do Cálice Sagrado” e “O Sentido da Vida”, sem contar os filmes dirigidos filmes produzidos por seus membros em separado, como o fantástico “Erik, o Viking”, escrito e dirigido por Terry Jones, mesmo diretor deste filme.

O filme com certeza deve ter feito católicos do mundo todo pularem de raiva. Nele, vemos o que pode ser considerado uma sátira à bíblia e a história de Cristo, mas ao mesmo tempo, uma análise crítica de fatos que realmente aconteceram em Jerusalém naqueles anos de dominação romana, quando convenientemente um messias surgia ano após ano para salvar o povo.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=krb2OdQksMc[/youtube]

As situações sem nexo sempre foram o melhor que o grupo soube criar, usando o já famoso humor inglês que muita gente não entende. Talvez seja preciso ter um pouco mais de cultura ou cabeça aberta, não dá para criar uma figura do homem médio comum que entende o que diabos o Monty Python quer explicitar em seus filmes e programas de televisão.

E usando como palco a história de Brian, um homem comum que é confundido com o messias, eles alfinetam todas as facções religiosas que lutam por Jerusalém até hoje. Em dado momento, surge o Judean People’s Front (Frente Popular Judia), uma clara zoeira com a OLP (Organização da Libertação da Palestina), que é um grupo terrorista que se suicída pelos seus ideais, mas como naquela época não haviam bombas, eles se esfaqueiam.

John Cleese comentou em dado momento que a quantidade de protestos de todas as correntes cristãs era tão forte que, virando-se para Michael Palin, disse: “Nós os unimos pela primeira vez em 2000 anos.”

A onda de protestos foi enorme, mas isso só ajudou o filme a ganhar notoriedade e figurar, juntamente de seus criadores, nesta lista.

“Os Irmãos Cara de Pau” (1980)

O que começou como um quadro do programa “Saturday Night Live” se tornou um dos marcos da história das comédias musicais. De um lado, o diretor John Landis, que havia acabado de filmar “Animal House”, filme escrito por Harold Ramis, Douglas Kenney e Chris Miller, e tinha em seu elenco, entre outros, John Belushi. De outro, Dan Aykroyd, que estrelou e escreveu o filme com Landis e também fazia parte do SNL, juntamente de Bill Murray, Steve Martin e o então novato Eddie Murphy.

Se pegarmos alguns destes nomes e traçarmos linhas de ligação, criaremos diversas comédias fantásticas:

  • John Landis + Dan Aykroyd + Eddie Murphy = Trocando as Bolas
  • Dan Aykroyd + Bill Murray + Harold Ramis = Os Caça Fantasmas (com direção do fantástico Ivan Reitman)
  • Harold Ramis + Bill Murray = Feitiço do Tempo

E claro, quando se fala de Landis + Aykroyd + Belushi, temos os “Irmãos Cara de Pau”, um dos melhores filmes católicos de todos os tempos segundo o próprio Vaticano. A história é simples: Jake (John Belushi) e Elwood Blues (Dan Aykroyd) tem a missão de salvar o orfanato que eles foram criados de fechar as portas devido a uma dívida de US$ 5.000,00 em impostos. Para isso, eles irão reunir a antiga banda para levantar esse dinheiro.

Aqui começa uma jornada pelo que há de melhor no soul, jazz, blues e o até então R&B (não essa coisa desvirtuada de hoje em dia), com a participação especial de diversas celebridades como James Brown, Ray Charles, John Lee Hooker, Aretha Franklin e Chaka Khan.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=qE41YPdPuis[/youtube]

A graça do filme é saber se aproveitar dos trejeitos da dupla principal para os colocar em situações que farão a platéia rir e se divertir tanto com as dancinhas sem nexo quanto com as músicas legais. As piadas intercorrentes apenas criam o devido clima para a entrada da música. Sem contar que, até então, não se via cantores de blues brancos, o que já é uma piada por si só.

Um fato digno de nota é que, três anos depois, John Landis foi o responsável pelo clipe “Thriller” de Michael Jackson, juntamente do maquiador Rick Baker, tudo isso, devido a seu primeiro filme de horror/comédia que veio em seguida a este: “Um Lobisomem Americano em Londres”.

O Grande Lebowski (1998)

O que aconteceria se você fosse a pessoa mais preguiçosa do mundo, que não tem nada melhor para fazer do que jogar boliche com seus amigos e um belo dia, alguns mafiosos te confundem com um cara de mesmo nome, só que rico, vão a sua casa, te ameaçam e depois mijam em seu carpete favorito?

Joel e Ethan Coen estavam vindo do sucesso de “Fargo” e escreveram e dirigiram este filme sobre “O Cara” e seus problemas (não procurados) com a Máfia, usando de muito humor negro e criando personagens fantásticos para a dupla principal de atores. Jeff Bridges é o “Dude” Lebowski, junto dele temos Walter, interpretado por John Goodman, um ex-combatente do Vietnã cheio de problemas e com uma séria necessidade de se fazer ouvir.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ED4VL7W6VdQ[/youtube]

Este é o que pode ser chamado de comédia cult porque na época todos acharam que fosse apenas mais um filme bobo, com personagens estranhos fazendo coisas estranhas. Hoje, em uma curta análise do elenco, vemos que em verdade o filme é uma mostra do que havia de melhor em termos de interpretação no período: Além de Bridges e Goodman ainda havia Steve Buscemi, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Tara Reid, John Turturro, Sam Elliott e o fantástico Ben Gazzara.

Após a criação do “Dude”, os Irmãos Coen continuaram fazendo filmes fantásticos, alguns mais sérios como o fenomenal “Onde os Fracos Não Tem Vez” e outros mais engraçados como “E Aí Irmão, Cade Você?”, mas sempre se mantendo fiéis ao humor inteligente e ácido, sempre aproveitando para criticar algum aspecto da sociedade americana.

“Tá Todo Mundo Quase Morto” (2004)

Edgar Wright é a bola da vez no cinema de humor mundial graças a suas comédias feitas na Inglaterra com o típico humor inglês de comédias de situação, no caso, o Apocalipse Zumbi. É com este pano de fundo que acompanhamos Shaun (Simon Pegg), um simples vendedor de eletromésticos que vive sendo constantemente humilhado e acaba sendo um dos poucos sobreviventes e esperança da raça humana.

Junto dele temos Ed (Nick Frost), seu colega de casa que não faz nada o dia todo e só sabe ser o mais imprestável que qualquer um poderia ser. Todos os que já moraram em repúblicas sabem bem como é este tipo de pessoa. O núcleo de humor do filme fica nestes dois e é deles que saem as melhores falas, seja proposital ou não, como é o caso de uma cena no pub em que Shaun está deprimido e Ed começa a imitar um macaco. Aquela cena inteira foi criada por Nick Frost de improviso, a risada de Simon Pegg é real.

O roteiro, escrito por Simon Pegg e Edgar Wright talvez tenha sido um dos melhores exemplos da evolução do humor inglês desde a época do Monty Python até os dias atuais. Ainda assim, como eu disse mais acima, tem gente que não entende, especialmente quando eles começam a fazer citações de músicas e artistas que só fazem ou fizeram sucesso por lá.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=oEWUjl7Qx6M[/youtube]

O diretor já mostrou que gosta de usar músicas em seus filmes para criar um clima diferenciado e até chamar o humor. Tanto isso é fato que agora em “Scott Pilgrim Contra o Mundo” o que temos é basicamente uma jornada musical indie narrando a batalha de um cara contra os sete ex namorados maléficos de sua paixão.

Com isso eu termino esta lista e espero que tenha agradado pelo menos uma parte dos leitores. Sugestões e críticas sempre são bem vindas e irão ser respondidas sempre que possível.

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Comentários 2
  1. Coloquei um link lá em cima para a parte 1, eu tinha lembrado na hora de escrever e acabei esquecendo quando tava colocando as imagens. E sim, 10 é muito complicado, tanto que demorei esse tempão entre as duas pra poder colocar os últimos cinco filmes que eu realmente achava fodas demais.

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