As trilhas inesquecíveis de Ennio Morricone

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Faleceu neste 6 de julho de 2020, aos 91 anos, o compositor e maestro Ennio Morricone. Com 520 músicas compostas para o cinema, o italiano é considerado uma das principais referências em trilhas sonoras da história da sétima arte. Ele estava internado há alguns dias em uma clínica em Roma após sofrer uma queda e fraturar o fêmur.

Dentre tantas trilhas para filmes dos mais variados gêneros, ele teve duas fortes parcerias: com o diretor Sergio Leone e o cineasta Giuseppe Tornatore. Seu último trabalho para o cinema foi em “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino, filme que lhe rendeu seu único Oscar.

Associado sempre ao cinema, em especial ao western spaghetti, Morricone também se aventurava pelo jazz e a música popular (já compôs com Andrea BocelliMina, Pet Shop Boys e Sting). Também passou pelo teatro e o rádio. Aqui, fazemos a despedida deste mestre com uma lista de seus momentos mais marcantes.

A trilogia dos dólares

Também conhecido como Trilogia do Homem Sem Nome, é a célebre série do gênero western spaghetti composta por três filmes dirigidos por Sergio Leone: Por um Punhado de Dólares, Por uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito.

O terceiro é sem dúvida o que traz a trilha mais famosa e épica.

 

Teorema

Tão intrigante quanto a temática desse filme do diretor Pier Paolo Pasolini é sua trilha assinada por Morricone.

 

Era Uma Vez no Oeste

Outra parceria com Leone em um western, rendendo uma inspiradíssima trilha. O destaque é o tema da personagem de Claudia Cardinale, Jill.

 

Os Violentos Vão Para o Inferno

Um filme menos conhecido do público geral, mas muitos irão se lembrar de uma das cenas mais marcantes de Kill Bill Vol. 2, em que a Noiva se liberta do caixão. Ali, Quentin Tarantino reutilizou a faixa de Morricone

 

O Enigma de Outro Mundo

O diretor John Carpenter costumava ele mesmo compôr as trilhas de seus filmes, mas nessa pérola sci-fi chamou o mestre italiano para ajudar a compôr o clima inóspito da trama.

 

Era Uma Vez na América

Mais uma parceria com Sergio Leone, que para muitos é a melhor. O filme de 1984 foi o último trabalho dos dois (o último longa de Leone, que faleceu em 1989).

A trilha se destaca pelo lirismo (a flauta como elemento sobressalente) e segue a tradição de servir como invólucro para cada personagem.

 

A Missão

A história dos jesuítas espanhóis do século XVIII que tentam proteger uma remota tribo sul-americana em risco de cair sob o domínio português escravista indubitavelmente tem na trilha de Morricone um de seus grandes trunfos.

A rica mistura de cordas, cantos litúrgicos e percussão funciona como mais um personagem da trama, além de adornar a fotografia primorosa de Chris Menges.

 

Os Intocáveis

A saga de Eliot Ness contra Al Capone ganhou grandiosidade na direção de Brian De Palma e a trilha de Morricone acentua esse caráter épico que o diretor pretendia imprimir.

 

Cinema Paradiso

Parceria com o amigo Giuseppe Tornatore, é certamente a que resultou na melhor trilha sonora. [E impossível ouvir o tema de Toto e a emoção do filme não voltar à sua mente.

De instrumental mais delicado, pode contrastar com as composições épicas de westerns, mas está no hall das mais inspiradas e lembradas.

 

Os Oito Odiados

O último trabalho de Morricone lhe rendeu seu primeiro Oscar em 2015. Na ocasião, ele disputava com outro papa das trilhas para o cinema, John Williams.

A composição para Oito Odiados se apoia em uma estrutura bastante semelhante a dos clássicos do western que o consagraram. Foi mais um reconhecimento da Academia ao conjunto de sua obra, mas não deixa de ser merecido.

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