Emplacar uma trilogia no cinema brasileiro pode ser mesmo considerado um feito e tanto. Não temos tradição (ou seria fôlego?) para indústria. Até Que a Sorte Nos Separe 3 – A Falência Final chegou a façanha, ancorada no enorme sucesso que sua “marca” vem fazendo desdo o primeiro filme. E a receita é mesma.
A trama começa quando Tino (Leandro Hassum) é atropelado por Tom (Bruno Gissoni), e após sete meses ao acordar do coma, recebe a notícia que a sua filha Teté (Júlia Dalávia) e o rapaz (filho de um bilionário magnata do mercado de ações) estão apaixonados. Durante um jantar com as duas famílias reunidas, o jovem pede a mão de Teté em casamento.
Como pai da noiva, Tino se oferece para pagar a festa e consegue um emprego na corretora de ações do sogro, porém ele consegue o inimaginável: falir a empresa do bilionário e desencadear uma crise no país.
Ainda que o roteiro faça uma esperta alusão à situação econômica histérica atual e ao “universo Eike Batista“, a trama é frouxa e desesperada para fazer rir – ou seja, não necessariamente engraçada. Mesmo com o talento genuíno de Hassum em ser o que é.
Mas o pior mesmo é a direção preguiçosa e descuidada – repare nas cenas passadas no programa Caldeirão do Huck, sem qualquer cuidado fotográfico ou mesmo cênico. Muito se diz que há um preconceito crônico com as comédias lucrativas nacionais. Não é o caso desse que vos escreve. Exemplares (!) como E Aí, Comeu? e Vai Que Dá Certo são honestos e dignos ao que se propõem. Até Que a Sorte Nos Separe 3, pelo contrário, existe puramente para verter em grana sua chancela de filme de comédia.
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