“Belchior – Apenas um coração selvagem” acaba de divulgar o teaser oficial, bem a tempo da estreia do longa no 27º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários nesta quinta-feira, dia 7 de abril, às 20h – com sessões simultâneas no Espaço Itaú Augusta, em São Paulo, e no Espaço Itaú Botafogo, no Rio de Janeiro.
Haverá sessões online no É Tudo Verdade Play às 21h, na quinta-feira (07/04), com limite de 1800 visionamentos, e às 13h, na sexta (08/04), com limite de 200 visionamentos. Na sexta, às 15h, a equipe do filme participa de debate no canal do É Tudo Verdade no Youtube.
É a estreia de Natália Dias e Camilo Cavalcanti na direção de um documentário. A dupla, que têm longa carreira na produção de projetos brasileiros, assina também o roteiro com Paulo Henrique Fontenelle, diretor e roteirista de “Cássia Eller” (2014) e “Loki, Arnaldo Baptista” (2008). A produção é da Clariô Filmes, do mineiro Camilo Cavalcanti, responsável pela produção executiva de longas-metragens como “A Vida Invisível”.
“Nosso filme começa em 2016, com Belchior ainda vivo. Um desejo que nasce junto ao grito ‘Volta, Belchior!’, movimento que, para além da internet, já estampava os muros do país. Atravessados por essa obra potente, decidimos mergulhar nas palavras de Bel. Nosso foco sempre foi a palavra, a construção de uma poesia afiada, a força das mensagens, a atemporalidade dos versos. Fomos conduzidos por esse personagem complexo e contraditório no processo de descoberta do filme”, conta o diretor Camilo Cavalcanti.
“No momento de sua morte, naquele dia fatídico em 2017, decidimos que o projeto merecia e deveria seguir. Cresceu em nós a certeza da importância de seguirmos mergulhados nesta obra pulsante e atemporal. Aprendemos com Belchior, este artista único da Música Popular Brasileira, sobre a força de sua presença, mesmo diante de sua ausência. E estrear no É Tudo Verdade, o festival de documentários mais importante do país, representa a coroação dessa jornada e o reconhecimento da obra do eterno rapaz latino-americano”, pontua a diretora Natália Dias.
A história e as contradições do rapaz latino-americano são mostradas no filme por meio de imagens de arquivo e depoimentos de diferentes momentos dos 40 anos de carreira do artista. Contado em primeira pessoa, o longa traz entrevistas do cantor cearense. O documentário também apresenta poemas e letras da obra do cantor, declamadas por Silvero Pereira (“Bacurau”). Conterrâneo de Belchior, o ator foi a escolha imediata dos diretores, por sua relação com o Nordeste, as semelhanças com o cantor e a potência de sua atuação.
“Nosso desejo era trazer a palavra do Belchior através de pessoas que tivessem alguma ligação com o artista, ou algum atravessamento pela sua obra. Sempre pensamos no Silvero como uma dessas pessoas por toda sua força como artista, por ser também cearense e trazer muitos signos presentes na poesia de Belchior. Silvero abraçou a ideia imediatamente, disse que se sentia parte da poesia cantada pelo Belchior. Que muitas das músicas poderiam falar de sua vida e trajetória artística”, lembra Natália.
Nascido em Sobral, no Ceará, Belchior relata no filme a influência poética, lírica e religiosa do nordeste em suas canções. O cantor era conhecido por ser crítico às letras do tropicalismo com frases como “nada é divino, nada, nada é maravilhoso”, em alusão à música de Caetano Veloso. No teaser, canta “Mote e Glosa”, em que repete exaustivamente o verso “é o novo” de forma irônica e afirma em entrevista: “fala-se que depois de Caetano e Chico e de todos que estão aí, não apareceu mais ninguém. É muito interessante observar com mais cuidado porque está aparecendo muita gente”.
“Belchior – Apenas um coração selvagem” acompanha a trajetória de um dos compositores mais importantes da Música Popular Brasileira. Com a canção “Mucuripe”, em 1972, em parceria com o também cearense Fagner, Belchior começa a ganhar destaque. A faixa foi gravada na voz de Elis Regina, que ajudou a consagrar a obra do artista ao interpretar “Como Nossos Pais”. O compositor alcançou o auge do sucesso em 1976 com “Alucinação” e lançou dezenas de álbuns nas décadas seguintes. Nos anos 2000, Belchior desaparece da cena pública e passa quase 10 anos vivendo recluso. Morre em 2017, vítima de um aneurisma. Seu trabalho permanece vivo.
SESSÕES É TUDO VERDADE:
Belchior – Apenas um coração selvagem
Brasil, 90′, 2022
Direção: Camilo Cavalcanti e Natália Dias
07/04 – 20h: Espaço Itaú de Cinema Augusta (SP)
07/04 – 20h: Espaço Itaú de Cinema Botafogo (RJ)
07/04 – 21h: É Tudo Verdade Play – Limite de 1800 Visionamentos
08/04 – 13h: É Tudo Verdade Play – Limite de 200 Visionamentos
08/04 – 15h: Debate com equipe do filme no canal do É Tudo Verdade no Youtube
SINOPSE:
Belchior – Apenas um Coração Selvagem é um documentário sobre, com e através do artista, poeta, compositor e cantor Belchior. Um filme em primeira pessoa no qual o próprio personagem nos conduz por sua carreira e obra contundentes. Os casos e conversas nos revelam diversas facetas do rapaz latino-americano: o peregrino, o crítico, o atemporal, o cidadão comum, o irônico, o sensual, o filosófico, o ácido, o retirante, um homem do seu tempo (e para além dele). Sem a pretensão de explicar cada uma dessas personas e sem abrir mão das contradições desse instigante personagem da Música Popular Brasileira, o filme viaja pela importância e contemporaneidade de letras e mensagens que compõem uma obra pulsante, viva e cortante.
FICHA TÉCNICA:
Produção: Clariô Filmes
Um filme de Natália Dias e Camilo Cavalcanti
Produzido por Camilo Cavalcanti
Participação Especial: Silvero Pereira
Roteiro: Paulo Henrique Fontenelle, Camilo Cavalcanti e Natália Dias
Produção Executiva: Camilo Cavalcanti
Montagem: Paulo Henrique Fontenelle
Pesquisa: Isabela Mota
Produção de Licenciamento: Leticia de Souza Barbosa
Direção de Fotografia: Milena Seta
Desenho de Som: Waldir Xavier
Mixagem: Bernardo Adeodato
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