“Eu sou a mosca que pousou em sua sopa…” A letra da música do Raulzito cai como uma luva na personalidade inquieta, mordaz e subversiva do cineasta Michael Moore. Moore fez fama (e dizem seus detratores, fortuna) colocando o dedo nas maiores feridas de seu país. O gordinho de Flint (Michigan) já abordou a cultura das armas e da violência em Tiros Em Columbine, criticou as intervenções militares em Fahrenheit 11/9, o sistema de saúde nefasto e controlado pelo dinheiro em S.O.S. Saúde, e agora chegou a vez da maior de todas as feridas, aquela que originou as anteriormente citadas: o sistema capitalista.
Tendo como mote a quebradeira dos bancos na maior crise financeira desde o crash da bolsa de 29 e o despejo de famílias americanas que perderam suas hipotecas, o estopim da crise, o cineastavai desenrolando o novelo, mostrando tudo de mais sórdido no sistema econômico que os Estados Unidos exportaram para o mundo “democrático” (leia-se não comunista) como sendo o ideal. Desta vez Moore não carrega muito no dramalhão como fez no início de S.O.S, e de certa forma no final de Fahrenheit, da mesma forma que não se mostra tão tendencioso como nos dois filmes anteriores. Mas claro que está lá sua retórica cáustica, suas aparições em lugares onde não é bem vindo, garantindo muioto constrangimento para a alta cúpula do sistema.
O filme, que teve exibição concorridíssima no cinema Artplex ,em Botafogo, no Rio (com direito a sessão extra às 23h30 para os que não conseguiram senha) em meio ao festival de documentários É Tudo Verdade, será exibido nos cinemas nacionais em sessões especiais e infelizmente só sairá em DVD, talvez devido a seu desempenho não muito animador no mercado americano, em se tratando de Michael Moore
Sinceramente Michale Moore já cansou, eu acho que o simplismo dele funcionou uma vez e pronto.
De fato ele carregou na tinta no Fahrenheit e no Sicko, mas nesse ele volyou a acertar a mão, além do que, alguém tinha que expor, sobretudo aos americanos, as armadilhas desse sistema econômico podre