“Casal Improvável”: quando a química justifica todo um filme

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Se ano passado tivemos o charme de Podres de Ricos, esse ano, Hollywood vem com Casal Improvável para ocupar aquele delicioso lugar de comédia romântica adulta eficiente e despretensiosa, que tanto faz falta nas salas de cinema hoje. Na verdade é quase inapropriado atribuir isso a Hollywood. Tanto a atriz Charlize Theron, quanto o ator Seth Rogen são conhecidos por produzirem seus próprios papéis – no caso dele até dirigir.

Ela, para fugir do estereótipo de papéis para ex-modelos e ele, aos padrões de belezas pré-estabelecidos na própria indústria. Com roteiro de Dan Sterling (parceiro habitual de Seth, inclusive no polêmico A Entrevista), a história nos apresenta o solitário e fracassado jornalista Fred Flarsky (Rogen) que, após perder mais um emprego por sua personalidade idealista, reencontra com a sua antiga babá, Charlotte Field (Charlize), que hoje se tornou uma das mulheres mais poderosas do mundo e candidata a presidência dos EUA. Ele é o contraponto informal e desconstruído da formalidade cívica da vida dela, e óbvio que um romance brota daí.

Se você precisa entender o que é a tal da química que tanto se fala em dramaturgias, eis a prova mais cabal no que vemos entre os dois. E isso praticamente dá todo o sentido ao filme que se ancora justamente nesse choque de mundos distintos, não necessariamente deles em si.

O roteiro dilui bem essa piada ao longo do filme, especialmente se valendo da sátira política norte-americana atual (que já é uma piada involuntária), o que rende situações hilárias e até corrosivas. Tudo emoldurado pela boa construção romântica do casal, embalada por Roxette, que não se levando a sério acaba agregando eficiente leveza ao resultado final.

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