Um professor de fonética aposta com um amigo que pode, com lições de linguagem, fazer uma florista pobre passar por uma nobre. O enredo de um dos mais populares especiais do Chapolim Colorado veio de um dos filmes mais encantadores da história, vencedor de oito Oscar em 1964 (incluíndo melhor filme): My Fair Lady
Em 1912, o já aclamado autor irlandês George Bernard Shaw (1856-1950) publicava Pigmalião. Suas peças quase sempre falavam das questões sociais que o interessavam, mas com um verniz de comédia para que os assuntos fossem mais palatáveis. Na peça, a hipocrisia da sociedade inglesa e o choque entre as classes eram o pano de fundo para uma comédia romântica, mas com um final realista.
Eliza Doolittle é uma florista sem educação que sonha em trabalhar numa floricultura, mas nunca consegue o emprego, por causa de suas maneiras. O professor de fonética Henry Higgins aposta com um amigo, o Coronel Pickering, que em seis meses pode fazer a moça passar por uma duquesa no baile da embaixada. Eliza tem sua chance de se refinar, e passa por lições de fonética e etiqueta. Higgins a ensina como se vestir de maneira apropriada, e a relação mestre-aluna dos dois é recheada de problemas, ora cômicos, ora comoventes. No fim, Eliza passa no teste, encantando a todos no baile, mas sua nova persona não se encaixa mais em sua antiga vida. Ela e o professor se confrontam, e Eliza decide se casar com Freddy, um rapaz que conhecera em sua primeira saída como uma dama. Higgins lamenta que ela tenha ambições tão modestas, já que fez dela a “consorte de um rei”, e Eliza se pergunta o que será dele sem ela. O orgulhoso Higgins diz que a moça não deve se sentir mal, já que ele trata a todos da mesma forma. Eles se despedem, e Higgins fica feliz em ver que agora Eliza é altiva e determinada. Sua Galatéia criou vida.
Esse final pouco romântico não agradava muito ao público, que preferiria ver o casal unido, mas era perfeito para Shaw, que criara a peça como uma parábola de amadurecimento e da emancipação da mulher. Ainda assim, diversas montagens tentaram dar a entender que Eliza e Higgins terminaram juntos, e esse final chegou aos cinemas na adaptação de 1938, Pigmalião.
Em 1956, o roteiro foi transformado em um musical e rebatizado de My Fair Lady. Com músicas de Frederick Loewe e letras de Alan Jay Lerner, a produção foi um estrondoso sucesso na Broadway, recebendo a alcunha de “o musical perfeito”. Era estrelada por Rex Harrison no papel de Henry Higgins e a novata Julie Andrews (A Noviça Rebelde), aclamada pela crítica.
Quando a Warner Brothers resolveu adaptar o musical para o cinema, quase todo o elenco original foi mantido, mas o presidente do estúdio, Jack Warner, queria uma estrela como protagonista. Audrey Hepburn (Bonequinha de Luxo) foi escalada, embora Alan Jay Lerner tenha insistido para que Andrews continuasse no projeto. Elizabeth Taylor e Shirley MacLaine também queriam Eliza, mas a vontade de Warner prevaleceu.
Audrey era uma estrela e emprestou seu charme encantador para o papel. Contudo, ela não era uma cantora, e suas canções foram dubladas por Marni Nixon (soprano conhecida como “a voz de Hollywood”, justamente por esse tipo de trabalho). Hepburn não foi nem indicada ao Oscar de melhor atriz, que terminou nas mãos de… Julie Andrews, que estreava cantando lindamente em Mary Poppins!
De qualquer forma, 1964 foi o ano de My Fair Lady, que ganhou os prêmios principais e foi recorde de bilheteria. A trilha sonora fez um grande sucesso, e o filme é aclamado como um dos melhores do gênero, tratado pela Warner como um dos tesouros do estúdio, sendo relançado e restaurado com certa regularidade
Há rumores sobre um remake para os próximos anos, mas nada foi confirmado.
Esse filme tá na minha coleção de DVDS.
Clássico encantador e com um charme único q só a Audrey Hepburn poderia passar ao personagem.
Estava escrito ela faria esse clássico e a Julie Andrews seria imortalizada como uma certa Noviça Rebelde.