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Como será o Oscar de 2021?

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Já sabemos que o Oscar 2021 foi adiado em dois meses. A cerimônia que aconteceria em 28 de fevereiro do ano que vem foi jogada para 25 de abril. Mas quais serão as alterações que serão feitas na cerimônia e nas indicações das categorias nesse ano tão atípico?

Não é novidade para ninguém que 2020 houve uma paralisação nas estreias cinematográficas a partir do mês de março por conta da pandemia do novo coronavírus. Não só no cinema, mas toda a cultura pop foi afetada pela epidemia mais feroz da História recente, uma vez que a transmissão do vírus é mais eficaz em aglomerações, justamente o combustível do entretenimento. Shows, turnês, convenções, peças de teatro tiveram suspensões e cancelamentos.

Com todas as salas de cinema fechadas, alguns filmes foram lançados diretamente no formato digital. Outros até em drive-in, a moda dos anos 60 de se assistir a filmes de dentro do carro que se tornou uma alternativa nesses tempos de distanciamento social. Tanto que o terror “The Wretched” é a maior bilheteria do período de quarentena nos Estados Unidos graças aos drive-ins.

Essa é a quarta vez em sua história que a cerimônia do Oscar é adiada. A primeira foi em 1938, devido a uma inundação em Los Angeles. A premiação de 1968 teve a data alterada por conta do assassinato de Martin Luther King Jr. e a edição de 1981 foi transferida em consequência do atentado ao então presidente dos EUA Ronald Reagan.

O mês também não é estranho à festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Nos anos 60 todas as estatuetas foram entregues em abril.

Nos anos 70 e 80 a festa se alternava entre final de março e começo de abril, até que em 1989 fixou-se a premiação na última segunda-feira de março, e em 1999 no último domingo desse mês. A partir de 2004 o Oscar passou a acontecer um mês antes, no último domingo de fevereiro, como na década de 1930.

O que muda nas regras da Academia para 2021?

Junto com a notícia do adiamento da cerimônia foi revelado que filmes com estreia até 28 de fevereiro de 2021 poderão ser indicados.

Produções lançadas por plataformas de streaming, que já vinham ocupando um espaço na premiação, agora entrarão em maior número e sem a exigência de exibição nos cinemas, como acontecia até o último ano. Isso dá boas chances à Netflix, que apenas bateu na trave com “Roma” e “O Irlandês”.nas cerimônias de 2019 e 2020 respectivamente.

O que provavelmente mudará é a promoção dos longas. Em condições normais, os estúdios promovem uma leva quase interminável de meet-and-greets, abraços e sorrisos, jantares e, claro, exibições dos longas, todos com o objetivo de colocar os candidatos à frente do maior número possível de eleitores. Não dá para afirmar como os candidatos a indicação conseguirão encantar os eleitores com distanciamento social, que pode ainda estar vigorando de alguma forma na pré-temporada de premiações.

Há que se lembrar que os estúdios terão passado vários meses sem vender um único ingresso, e com isso é possível que sejam mais conservadores em seus gastos. Desembolsar milhões de dólares para consultores caros, acomodações de primeira classe, anúncios sofisticados, possivelmente estará fora de questão.

Mas e a cerimônia em si? Será que vai acontecer virtualmente?

É uma hipótese a ser seriamente considerada. Desde formaturas de faculdade até a Convenção Nacional Democrata, grandes eventos estão sendo realizados online nos EUA. A cerimônia do Oscar é um evento que gera aglomeração, pois há os convidados, apresentadores, imprensa. Esse tipo de acontecimento só poderá existir em segurança com a chegada de uma vacina, o que deve ocorrer em meados de 2021.

A utilização do Zoom para o Oscar parece ser uma alternativa atraente. O Tony Awards, o Oscar da Broadway, já estuda essa possibilidade para a edição de 2020. Certamente a Academia também está analisando a opção. Ou, quem sabe, a cerimônia pode acontecer nos moldes tradicionais, apenas com um número reduzido de convidados, mantendo uma distância segura, e talvez sem tapete vermelho para evitar aglomerações.

Mas e se tudo der errado? E se a reabertura dos cinemas acontecer de forma mais lenta do que a esperada? E se houver mesmo a tão temida segunda onda? Partindo do cenário em que teríamos praticamente um ano sem cinema, não seria exatamente um absurdo se a Academia optasse por juntar os poucos filmes de 2020 com as produções de 2021. Mas essa, todos esperamos que seja mesmo a última alternativa.

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