“Creed: Nascido para Lutar” foi uma maneira bastante acertada de dar sobrevida à franquia Rocky na forma de um spin-off. Começava ali a saga do filho de Apollo Creed, Adonis Creed, fruto de um relacionamento fora do casamento, seguindo os caminhos do pai biológico. Como mentor, ele tinha ninguém menos que Rocky Balboa (Sylvester Stallone), outrora rival de seu pai, que se tornou amigo até o fim da vida. Como o filme de Ryan Coogler amealhou boas críticas e bilheteria, logo uma sequência foi encomendada. A terceira parte também não tardaria.
Em “Creed III”, depois de uma vitoriosa carreira no mundo do boxe, Adonis Creed (Michael B. Jordan) se tornou um grande empresário no ramo do boxe enquanto leva uma tranquila vida familiar. Quando o amigo de infância e ex-prodígio do boxe Damian (Jonathan Majors) ressurge após cumprir 18 anos de prisão, ele está ansioso para provar que merece sua chance no ringue. As coisas tomam um rumo turbulento e Adonis vê como única alternativa sair da aposentadoria e confrontar Damian no ringue.
A sinopse já deixa bastante claro como o filme se apoia na fórmula (um tanto surrada) da franquia que começou em 1976 com o oscarizado “Rocky: Um Lutador”. Aqui temos elementos coletados de todos os filmes da série (um azarão tentando a sorte no boxe, saída da aposentadoria para mais um round, amigos em conflito), colocados no liquidificador, e a surpresa é que funciona.
Mesmo com cheiro de café requentado, “Creed III” tem seu apelo aos fãs da franquia. A estreia de Michael B. Jordan como diretor pode ser considerada satisfatória. É bem verdade que emula em muitas vezes a de Coogler (que assina o argumento deste aqui) no primeiro filme, mas tem seus momentos criativos, em especial um que é uma influência clara de animes.
Como ator, continua no tom certo do personagem principal, tendo o ilustre suporte de Tessa Thompson no papel de sua companheira Bianca. A menina Mila Davis-Kent que interpreta Amanda Creed, a filha do casal, também rouba a cena. Já Jonathan Majors , que acabou de ser visto como o vilão Kang em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” mostra que é a nova escolha certa para o papel de vilão em filmes de ação.
Por mais que peque pela falta de originalidade, “Creed III” proporciona exatamente aquilo que promete: boas cenas de ringue (feitas em IMAX, o primeiro filme de esportes com sequências feitas com as câmeras especiais), drama pessoal do personagem e aquela confortável previsibilidade. Se a receita vem funcionando, dificilmente haverá alguma variação severa.
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