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Crítica de Whiplash – Em Busca da Perfeição

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Tudo pela perfeição

A câmera em plano aberto suavemente vai aproximando-se de um jovem baterista Andrew Neiman (Miles Teller), de “O Maravilhoso Agora” (2013), “Divergente” (2014), “Namoro ou Liberdade” (2014), entre outros.  A cena contrasta com a alta velocidade que ele toca seu instrumento musical. Em meio da baixa luminosidade do local, o garoto avista o seu futuro professor Terence Fletcher (J.K. Simmons), de “Homem-Aranha” (2002), “O Suspeito” (2007) e “Queime Depois de Ler” (2008).

Whiplash – Em Busca da Perfeição (Whiplash, EUA – 2014) é o segundo longa-metragem do diretor Damien Chazelle, de “Guy and Madeline on a Park Bench” (2009). O cineasta estadunidense de 30 anos de idade tem uma forte ligação com o jazz. No ensino médio ele estudou bateria na instituição pública de Princeton High School. Chazelle tinha um professor que foi a inspiração para o personagem de Terence no filme. Ao contrário do protagonista Andrew, no entanto, o diretor afirmou instintivamente que nunca teve o talento para ser um grande músico e posteriormente escolheu a carreira no cinema.

Em “Whiplash”, o seu alter ego Andrew é um baterista extremamente dedicado, determinado e talentoso. Tem todas as reações psicossociais e conhecimentos musicais testados pelo seu mestre Terence, em todos os instantes. Uma palavra de elogio, jamais, mas as cobranças todas, inclusive as inesperadas.

Vencedor do Globo de Ouro e do Oscar 2015 com o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, J.K. Simmons interpreta o emblemático professor de música, que utiliza uma metodologia de ensino tão rígida como um treinamento militar com os músicos da banda de jazz do Conservatório Shaffer. Terence está sempre vestindo preto, possui uma personalidade sarcástica e intransigente.

O mestre de Andrew cita o exemplo do ícone incontestável do jazz, um dos fundadores do bebop, o genial saxofonista Charlie Parker, para justificar o seu método implacável de aprendizado. O professor conta o episódio de como Parker tornou-se “Bird”. O baterista Jo Jones teria jogado um prato de bateria na cabeça de Parker, após um erro durante uma jam session em 1936. A partir daí o saxofonista, provocado e humilhado, teria se aplicado mais musicalmente e se tornaria um dos grandes gênios da música no século 20.

“Whiplash” é um filme para quem aprecia a energia e a importância da bateria no jazz. O lendário baterista norte-americano Buddy Rich da era do swing recebe homenagens cinematográficas do diretor Chazelle. Seu estilo notável foi caracterizado por uma incrível velocidade e habilidade mesmo em temas mais complexos, tornando-os claros e precisos.

O longa-metragem foi filmado em apenas 19 dias. Em 2014, venceu o Festival de Sundance nas categorias de Grande Prêmio do Júri e de Prêmio do Público.

3.5 de 5 estrelas – Ótimo

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