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Crítica: O grande trunfo da nova versão de “Annie” é o carisma de seus protagonistas

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A nova versão para o cinema da famosa história da órfã Annie estreou nesta última quinta-feira no Brasil (a primeira foi filmada em 1982, pelo diretor John Huston) trazendo uma trama repaginada para os tempos modernos das redes sociais pela produtora do ator Will Smith e sua esposa Jada Pinkett. Aliás, Willow Smith (filha do casal, de 14 anos) foi cogitada para dar vida a nova Annie, mas substituída por Quvenzhané Wallis, de 9 anos, a atriz mais jovem indicada para o Oscar de Melhor Atriz pelo filme Indomável Sonhadora. 

Neste “remake” de “Annie”, dirigido por Will Gluck, a menina é uma órfã negra, alegre e descolada que mora em um abrigo temporário com mais quatro crianças e que passa todas as noites de sexta-feira em frente ao restaurante onde seus pais a deixaram e prometeram voltar para buscá-la. O abrigo temporário é administrado pela cantora frustrada Miss Hannigan (Cameron Diaz), interpretada de forma forçada e exagerada pela atriz.

A vida de Annie dá uma reviravolta quando ela é salva de um atropelamento por Benjamin Stacks, (Jamie Foxx, ganhador do Oscar de Melhor Ator pelo filme “Ray”, de 2004) um milionário empresário da indústria de telefonia que concorre a eleição para a prefeitura de Nova Iorque.

Influenciado por seu inescrupuloso assessor Guy (Bobby Cannavale), Stacks aceita ser o tutor temporário de Annie até o dia das eleições a fim de ajudá-lo a reverter a sua baixa popularidade e crescer nas pesquisas. Em contraponto às maldades de Guy e de Miss Hannigan, Annie tem ao seu lado amigos verdadeiros, como a doce e meiga Grace (Rose Byrne), assessora que trabalha há anos para Stacks e sente uma paixão recolhida pelo chefe, que contribui para a aproximação do empresário e da menina.

A aproximação dos dois peca um pouco por acontecer um pouco rápida demais, mas não deixa de comprometer a sintonia e o carisma da dupla. E é exatamente isso que salva o filme: a sintonia entre os personagens de Quvenzhané Wallis e Jamie Foxx. Os dois estão muito bem no longa, seguidos pelas boas atuações dos atores coadjuvantes Rose Byrne e Bobby Cannavale.

Já não se pode dizer o mesmo de Cameron Diaz. A atuação da atriz está tão piegas e canastrona que a sua indicação para o Prêmio Framboesa de Ouro de Pior Atriz Coadjuvante foi merecida. “Annie” também está concorrendo ao Prêmio Framboesa de Ouro de Pior Remake ou Sequência.

Outro ponto negativo é a dublagem das músicas. O encantamento produzido pelas canções seria muito maior se pudéssemos ouvi-las nas vozes do próprio elenco.

Mesmo assim, “Annie” é um bom passatempo para as crianças e até para os adultos que estejam atrás de uma diversão leve que, em muitos momentos, encanta e emociona o público.

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1 Comentários

  • Discordo da opinião de que dublar as músicas foi um erro, na verdade foi um dos pontos que me encantou nessa nova versão, as músicas foram lindamente traduzidas, outro ponto que gostei foi da produção musical, pois as canções do original são insuportáveis.

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