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Crowley, o filme

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poster_abe_crowley_cvr1Tive a oportunidade de assistir ao filme Crowley (2008), na verdade o filme originalmente se chama Chemical Wedding (nome de uma música que leva o mesmo nome do CD, lançado na fase solo de Bruce Dickinson), mas ao distribuírem nos EUA mudaram de nome, para talvez ficar mais “marqueteiro” e chamativo.

Foi a estréia de Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, no mundo do cinema, que é responsável pelo roteiro do filme, dirigido por Julian Doyle, que trabalhou na produção de diversos clássicos do Monty Python, como Em Busca do Cálice Sagrado e A Vida de Brian.

Bruce pode ser considerado como um verdadeiro homem renascentista em pleno século XXI, já que sua capacidade de trabalhar e se interessar por diversos campos diferentes é impressionante. Além de cantor e compositor do Iron Maiden, é piloto de avião comercial com muitas horas de vôo, é esgrimista, tendo participado da equipe britânica de esgrima e, inclusive, disputado alguns campeonatos. Possui um interesse especial em engenharia ferroviária, é escritor, apresentador de programa de televisão e rádio, e além de tudo, formado em história. Esse é o tipo de pessoa que faz a gente se sentir pequeno, ou, que mostra, na verdade, todo potencial que temos em adquirir conhecimento se formos atrás daquilo que achamos interessante.

Um outro ponto de Bruce, desconhecido por alguns, é que ele é um estudioso de ocultismo, já que acredita que algo “a mais” existe além da realidade que vemos. Foi assim que teve contato com a figura do mago e ocultista inglês Aleister Crowley, um sujeito bem controverso e polêmico.  Crowley nasceu em 1875 na Inglaterra e viveu até o ano de 1947. Com uma fortuna herdada por seu pai, foi possível dedicar-se àquilo que tinha mais vocação, que era o estudo da magia e das ciências ocultas. Também se dedicou ao xadrez e ao montanhismo, tendo destaque nessas duas atividades.

Seus ensinamentos esotéricos e ocultos, com a famosa Lei da Thelema do “faz o que tu queres, pois é o todo da lei”, suas experiências místicas com drogas e sexo, e sua personalidade enigmática, influenciaram o mundo da cultura. Podemos ver sua influência nos trabalhos de Raul Seixas e Paulo Coelho, Jimmy Page, Ozzy Osbourne, os Beatles, a banda Therion, Alan Moore, Neil Gaiman, HP Lovecraft, Fernando Pessoa e também Iron Maiden e Bruce Dickinson.

O filme não é uma biografia de Crowley, nem muito menos a tentativa de passar seus ensinamentos mais profundos. Para aqueles que gostam de filmes de terror e mistério com orçamentos não tão altos, com ares de “B” ou trash é um bom programa. No filme, um professor de Cambridge, interpretado por Simon Callow (Shakespeare Apaixonado), conhecedor dos trabalhos de Crowley, acaba incorporando seu espírito, devido a um experimento científico realizado em uma máquina de realidade virtual.

O professor, agora Crowley reencarnado, passa agir como o mago inglês, realizando rituais, palestras de literatura inusitadas, e preparando o ritual final para a reencarnação definitiva, onde o professor deixaria de existir, e Crowley estaria definitivamente de volta. Claro que havia um grupo de pessoas da universidade que não poderia deixar isso acontecer e pretendem estragar os planos do professor.

No desenrolar do filme, existem muitas referências às suas idéias nos diálogos e rituais, também na história há mortes e assassinatos, e claro, música do Iron Maiden e Bruce na trilha sonora.

Para aqueles fãs de Bruce Dickinson, para interessados na vida de Aleister Crowley, ou entediados em uma tarde de sábado chuvosa, o filme vale a pena.

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3 Comentários

    • Lam, não sei se vc está se refereindo ao espisódio 11 da 4 temporada onde Alpert coloca um livro dobre a mesa.
      Muitos haviam dito que o livro era de Crowley, mas na verdade não era. O livro que Crowley escreveu se chama Book of The Law, e o de Alpert era Book of Laws do judaismo.
      Mesmo assim, existe muita referencia, mas muita mesmo, sobre Crowley na literatura, cinema, quadrinhos e música. Aleister Crowley, por exemplo, aparece na capa do disco Sg Pepers dos Beatles.
      Quem sabe todas essas referencias não vire um post futuro.

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