Neste episódio de Impertinências da Raquel, faço a resenha do longa Custódia, dirigido por Xavier Legrand, ganhador de leão de prata como melhor diretor no festival de Veneza.
A produção francesa, primeira a ser comentada aqui por mim fora da tradição do cinema brasileiro, narra a história de dois pais que lutam pela guarda do filho mais novo de 11 anos, Julien, que não parece querer ter nenhum contato com o pai.
Logo no início, ficamos na dúvida se a mãe está alieando o filho e colocando-o contra o pai ou se o pai, na verdade, fez algo no passado que justifique esse tipo de repulsa.
Xavier cria uma narrativa que se divide em duas partes, a primeira sugere um filme de drama, típico francês, baseado nas minúcias da banalidade e dos sentimentos, e a segunda surge a partir de uma quebra extretamente bem feita, que muda e transforma o ritmo do filme e nossas expectativas, indo para um lado muito mais intenso.
Custódia é um filme magistralmente construído e uma história necessária, sobre um assunto que precisamos debater sempre e cada vez mais: a violência doméstica, um problema que não deve ser tratado como algo íntimo, a ser resolvido entre 4 paredes, mas a ser resolvido e responsabilizado pela sociedade como um todo.
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