Foram seis dias e mais de 100 filmes no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental 2018 (FICA) na Cidade de Goiás. Alguns desses filmes participarão de festivais pelo país, outros entrarão em circuito. Então, fizemos aqui uma lista de dez produções, entre longas e curtas, que mais chamaram nossa atenção durante a cobertura do evento.
Plantae
Animação belíssima, cheia de encanto, com uma mensagem ecológica pertinente aliada a um surrealismo em sua linguagem. Mesclando habilmente animação tradicional e CGI, é sem dúvida o filme animado mais gracioso visto na mostra.
Nueva Venecia
Uma vila colombiana de pescadores toda apoiada em palafitas sobre o lago Tota. Ali, há até um campo de futebol flutuando sobre o rio. A comunidade passou por um episódio traumático, quando forças paramilitares cometeram assassinatos no final de 2000. Mas Nueva Venecia superou e hoje tem seu próprio time de futebol. Os cineastas Emiliano Maza de Luca e Martha Orozco procuraram mostrar a superação dos habitantes e as peculiaridades do dia a dia. Isso sem colocá-los como vítimas. Vale muito conferir.
Kris Bronze
O filme universitário mostra a casa de bronzeamento natural em Goiânia e já conta com um séquito de fãs. A descontração do tema arranca um riso fácil e é inevitável a empatia com a protagonista.
Dia
Uma “arca de imagens” para a próxima espécie dominante do planeta. Ali, vemos como a extinção pode vir de nossos (maus) hábitos. O português André Valentim Almeida proporciona uma verdadeira experiência sensorial ao espectador, e, de quebra, traz à tona uma reflexão.
A Viagem de Ícaro
A singela história de um catador de material reciclável que sonha em voar emocionou quem esteve no FICA. De fato, um dos pontos altos da programação.
Corp
Animação argentina que mostra de maneira bastante sarcástica como surge uma grande corporação. É uma explicação em um infográfico animado dos mecanismos do sistema capitalista.
Malabarista
A produção local (de Goiânia) é um documentário que se utiliza de animação para contar o cotidiano dos malabaristas de rua. Depoimentos de malabaristas reais são usados como narração, dando mais pessoalidade ao filme.
Outubro Outra Vez
“500 Dias Com Ela” encontra “Ilha das Flores”. Uma inusitada história de amor narrada com linguagem de videoclipe. Ela, uma engajada ecológica. Ele, um cidadão comum sem muita consciência ambiental. Um dos curtas mais divertidos da mostra.
Coros do Anoitecer
Nesse longa, acompanhamos a epopeia do eco acústico David Monacchi e seu projeto de captar os sons da natureza em 3D. Ele entrega uma experiência sensorial com paisagens sonoras, dando a dimensão do que resta de região virgem da Amazônia. A área ainda concentra as mais altas taxas de biodiversidade do planeta. Alguns sons ali parecem alienígenas. O filme foi vencedor do prêmio de melhor longa-metragem.
Construindo Pontes
O grande vencedor do prêmio principal da mostra, o Cora Coralina, é uma terapia familiar da cineasta Heloísa Passos com seu pai. Depois de um longo tempo afastados, eles precisam lidar com suas diferenças. Ela progressista e ele conservador. A discussão, inclusive sobre o impacto ambiental das obras que o pai coordenou durante a ditadura militar, fica ainda mais acalorada dado o atual cenário político. Imperdível.
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