Amigo e leitor carioca: pare o que estiver fazendo e aproveite os últimos dias da mostra Fritz Lang no Centro Cultural Banco do Brasil. Até 22 de setembro, você poderá ver as grandes obras do diretor, que vão de 1919 até 1960. Fritz Lang já merecia todas as honras se tivesse dirigido apenas seus filmes mudos e se aposentado. Mas ele foi (muito) além: mudou-se para Hollywood, fez alguns dos filmes Noir mais importantes da história e até se aventurou na direção de faroestes.
Friedrich Christian Anton Lang (1890-1976) nasceu em Viena em uma família católica. Ele começou a estudar Engenharia Civil em sua cidade natal, mas foi absorvido pelo mundo das artes. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, ele interrompeu suas viagens de estudo pela Europa e Ásia e se alistou no exército austro-húngaro, sendo ferido três vezes. Enquanto se recuperava, começou a escrever argumentos para o Cinema, sendo contratado como roteirista em 1918.
Foi no ano seguinte que Lang estreou como diretor. A ele foi oferecida a direção de “O Gabinete do Doutor Caligari”, mas Lang recusou argumentando que a plateia não entenderia os tons expressionistas do filme. Curiosamente, Lang seria um dos principais diretores do expressionismo alemão, mas ele não chegou a esse patamar sozinho: sua ascensão teve uma boa influência de Thea von Harbou, roteirista e sua segunda esposa (a primeira suicidou-se ao descobrir a ligação de Fritz e Thea).
Em 1933, Lang recebeu um convite para ser chefe do estúdio UFA, que começaria em breve a produzir filmes de propaganda nazista. Ele recusou o cargo e fugiu do país. Thea von Harbou, entretanto, se divorciou de Lang e continuou escrevendo roteiros para o cinema pró-Hitler. Depois de um único filme feito na França, Lang seguiu para Hollywood.
Da fase muda, se destaca “Metrópolis” (1927), cuja cópia completa, de duas horas e meia, foi encontrada na Argentina em 2010 e restaurada para a nossa alegria. Seu primeiro filme falado, “M – O vampiro de Dusseldorf” (1931) ainda é uma referência de técnica, ousadia e interpretação: afinal, a história de um matador de criancinhas só seria bem aceita se contada por um mestre da arte cinematográfica. Embora sua fase americana não tenha sido muito bem recebida, hoje sabemos que vários clássicos Noir saíram da câmera de Lang, entre eles “Almas Perversas” (1944), “O segredo da porta fechada” (1948) e “Os Corruptos” (1953). Além deles, merece destaque o filme que fecha a mostra, “O homem que quis matar Hitler” (1941).
Quem tiver a oportunidade de ir à mostra, não perca. Quem não puder ir, mas quiser saber mais sobre o diretor e sua obra, pode baixar o catálogo da exposição AQUI.
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